| 04/07/2013 15h17min
A indignação de estudantes e ciclistas pela falta de ciclovias e de segurança no trânsito ganhou mais força com o luto pela morte da universitária Lylyan Karlinski Gomes. Nesta quinta-feira, esses sentimentos foram traduzidos em cartazes e gritos de protesto, em uma manifestação que atravessou a manhã.
O encontro foi promovido por grupos de ciclistas Bike Anjo Floripa e Associação dos Ciclousuários da Grande Florianópolis e Região (ViaCiclo) e por universitários. Desde o início da semana, a turma da primeira fase do curso de Oceanografia da UFSC troca os compromissos acadêmicos por momentos de consolo mútuo e homenagem.
Durante a manifestação, eles carregavam flores e faixas, enquanto tentavam controlar o choro. Isabella Kerber, 19, reforça que a manifestação não vai trazer de volta a amiga —que nem sempre adotava o transporte de duas rodas para ir para a aula — mas tem um propósito maior.
— Estamos fazendo isso para evitar que aconteça uma próxima morte — conta, emocionada.
Com faixas pedindo por mais ciclovias e pelo fim dos acidentes, os manifestantes fecharam a rótula do acesso principal à UFSC, deitaram na rua, entregaram panfletos pedindo respeito à vida e fizeram minutos de silêncio, em homenagem à Lylyan. No coro de reivindicações, estava também quem adota o meio de transporte há pouco tempo.
— No trânsito com carros, o ciclista acaba sendo o lado mais frágil, isso é evidente. Precisa haver meios de garantir a segurança deles, com mais ciclovias — ressalta a administradora Aline Mafra, que usa a bicicleta para ir ao trabalho desde janeiro.
De acordo com a Polícia Militar, pelo menos 150 pessoas se reuniram no protesto. Também foi pendurada uma bicicleta fantasma no poste do canteiro central da rótula. A ação, promovida pela ViaCiclo, pretende ser um memorial a ciclistas mortos e um protesto permanente, pedindo-se por mais respeito no trânsito.
O acidente com Lylyan, 20 anos, aconteceu na última segunda-feira. Ela ia para a aula de bicicleta quando foi atingida por um ônibus, metros antes de chegar à rótula do acesso principal do campus da Trindade.
Protesto continuou na reitoria da universidade
Os manifestantes seguiram para a reitoria da instituição, cobrando por medidas. O chefe de gabinete da reitoria, Carlos Vieira, reforçou que a UFSC não tem autonomia para tomar medidas além dos limites da universidade, mas reforçou que vai abrir as discussões sobre o assunto com a prefeitura.
Os grupos de ciclistas pretendem fazer uma ciclo-passeata na próxima reunião entre representantes da UFSC e da gestão municipal, na semana que vem.
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Foto:
Charles Guerra
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