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 | 01/07/2013 20h37min

Bicicleta fantasma de estudante da UFSC será pendurada nesta quinta, em Florianópolis

Homenagem deve iniciar às 8h, caso os pais autorizem o movimento Viaciclo

Carolina Dantas  |  carolina.dantas@diario.com.br

A estudante Lylyan Karlinksi Gomes, de 20 anos, ficará na memória das ruas de Florianópolis: uma bicicleta fantasma será pendurada na rótula da praça Santos Dumont, lugar onde morreu enquando pedalava. O objeto será colocado nesta quinta-feira pela comunidade, por volta das 8h. O grupo irá pedir autorização da família.

 
A estudante sofreu acidente na manhã desta segunda
Foto: Reprodução Facebook

Daniel Araújo Costa quase foi uma dessas vítimas. Em 2006, enquanto pedalava pela rua Osni Ortiga, na Lagoa da Conceição, foi atropelado. Segundo ele, uma das experiências mais chocantes que viveu. Dois anos depois, virou ativista da Viaciclo, Associação de Ciclousuários da Grande Florianópolis. As bicicletas são pintadas de branco e presas aos locais dos acidentes, com uma placa com nome da pessoa e data da morte. Em entrevista, Daniel fala sobre a homenagem que será feita na próxima quinta-feira para a estudante Lylyan e lembra a falta de infraestrutura para o ciclista na Capital:

Diário Catarinense - Como vai acontecer a pintura da bicicleta fantasma esta semana?

Daniel de Araújo Costa - Antes da quinta-feira, quando todos estão convidados a participar, vou começar a pintar na minha casa. Vou pagar tudo do meu bolso mesmo. Lá na rótula da UFSC vamos dar uma olhada, e escolher um poste da Celesc, sempre de uma maneira que não atrapalhe a iluminação do lugar. Quero deixar claro que ninguém é contra ter carro, queremos só mais segurança e menos imprudência. Esclarecer as pessoas que não dá pra ter excesso de velocidade e falta de atenção. Sempre pedimos uma ciclovia no local onde ocorreu o acidente hoje e nada foi feito.

DC - Você tem os dados de quantos acidentes tem naquela região?

Daniel de Araújo Costa - Nós não temos uma estatística de nenhum lugar da cidade, porque nem a polícia tem isso. Deveria ter uma nova regra de divulgação para isso, e a polícia deveria mostrar esse dados abertamente e com regularidade. No mundo ideal teríamos os números para saber o que está acontecendo. Isso porque é importante divulgar as estatísticas e fazer os motoristas pararem de achar que o cicilista é um intruso no trânsito. Não é verdade, a rua é um local de veículos, incluindo a bicicleta.

DC - Quantas bicicletas fantasma já existem pela cidade?

Daniel de Araújo Costa - Esse movimento surgiu nos Estados Unidos há muito tempo. Aqui em Florianópolis tem seis ou sete bicicletas, mas muita gente já morreu na cidade e ninguém ficou sabendo. Queremos chamar a atenção para locais que já deveriam ter uma infraestrutura e o poder público não se responsabiliza. É muita gente andando de carro e isso não é coincidência, queremos que a cidade acorde para outros meios de transporte. Afinal, 94% dos acidentes estradas são por imprudência dos motoristas. Eles não reduzem a velocidade e, sem saber que a rua é todos, desrespeitam o próximo. É possível evitar uma situação complicada, como essa menina que morreu aos 22 anos.

DIÁRIO CATARINENSE

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