| 09/11/2012 15h52min
A "bicicleta fantasma", que foi levada no domingo da Avenida Madre Benvenuta, em Florianópolis, por uma mulher de 21 anos, será recolocada nesta sexta-feira. O presidente da Associação dos Ciclousuários da Grande Florianópolis (Viaciclo), Daniel de Araújo Costa, retirou a queixa de furto, após a moça devolver a bike na Delegacia da Lagoa.
Os ciclistas se encontrarão na frente da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e seguirão até o ponto onde a "bicicleta fantasma" estava instalada. A bike representa a morte do ciclista José Lentz Neto, atropelado no local em 31 de agosto de 2012.
— Agora retirei a corrente e os cabos de freio. Não tem mais como alguém andar com ela. Vamos amarrar com uma corrente e cadeado — afirma Costa.
A moça de 21 anos, que está grávida e, teria retirado a bicicleta do poste com a ajuda de funcionários do posto, localizado na Avenida Madre Benvenuta. Após uma vizinha avisar sobre a mobilização pela busca da bike, a mulher entregou o veículo na Delegacia da Lagoa da Conceição, bairro onde mora, na segunda-feira.
A jovem conversou, por telefone, na tarde desta sexta-feira com o Diário Catarinense em condição de anonimato. A Polícia Civil também não revelou o nome dela. A mulher disse que estava passando na rua e, ao avistar a bicicleta pendurada, perguntou para um frentista do posto se havia dono. Teria recebido como resposta de que se tratava de uma bike de um homem já falecido e, por isso, poderia levar. O funcionário teria ajudado a mulher a retirar o veículo do poste e desentortar as rodas.
— Eu perguntei, gente essa bicicleta tem dono? Ele disse não. Pensei que não tinha mal nenhum levar. Foi burrice da minha parte. Fiquei envergonhada depois de saber que era o símbolo da morte de um homem que foi atropelado — confessou.
Entre os ciclistas de Florianópolis há pessoas que consideram que a mulher agiu com ingenuidade, outros que criticam a postura, afirmando que se trata de furto. Para o presidente da Viaciclo, a mulher teria sido ludibriada pelos funcionários do posto.
— Já consegui uma bicicleta para ela. Daqui a alguns dias faremos a entrega e vamos convidar ela para participar das bicicletadas. A história começou feia, acho que ela caiu numa pegadinha do pessoal do posto. Mas, vamos trazer mais um ciclista para a rua — diz Costa.
A jovem agradeceu a segunda chance.
— O pessoal da ONG foi humano o suficiente para entender a situação. Só vou levar algo que vir na rua, quando o dono mesmo estiver por perto e assinar embaixo. Não vou mais acreditar em ninguém — afirma.
Presidente da ViaCiclo, que pintou a bicicleta de branco, retirou a queixa de furto por considerar a situação um mal-entendido
Foto:
Daniel Conzi
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