Conteúdo: floripatequerobem | 01/12/2011 06h30min
São muitos os nomes que orgulham Florianópolis: Cruz e Sousa, Antonieta de Barros, Franklin Cascaes. Mas há também quem faz a cidade ficar ainda melhor e quase não aparece. No último dia de reportagens da série Floripa Te Quero Bem, conheça iniciativas da própria comunidade que contribuem em planejamento urbano, segurança e mobilidade para aprimorar a Capital catarinense.
A mobilidade nos Ingleses
Hoje, como toda quinta-feira, o médico de família e comunidade, Paulo Poli Neto, percorre os cerca de 13 quilômetros de sua casa até o Centro de Saúde dos Ingleses. Depois, segue para os atendimentos nos domicílios da comunidade. A diferença é que o médico faz tudo isso de bicicleta. Paulo decidiu trazer a "magrela" para o cotidiano depois de estudar na Europa.
Enquanto a Capital catarinense não se torna a Capital da Holanda em estrutura, com biciletários e ciclovias, o médico redobra o ânimo nas pedaladas e disputa espaço com os carros.
— Para mim, é muito mais confortável do que ficar parado naqueles congestionamentos enormes que vejo sempre — brinca.
Os pacientes dos Ingleses já sabem: eles têm de seguir as prescrições médicas, fazer exercícios físicos e separar um espacinho em casa para a bicicleta do médico.
O planejamento de Jurerê Internacional
Ruas largas, gramado bem aparado. Não é apenas pelas mansões que Jurerê Internacional parece um outro mundo. A região conseguiu o que todo o restante da cidade busca: planejamento. O diretor de Comunicação da Associação de Proprietários e Moradores do bairro (Ajin), Aluísio Dobes, conta que o bairro tem um plano diretor específico, aprovado pela Câmara de Vereadores, desde o início do loteamento. Entre as cláusulas estão, por exemplo, a proibição de um muro na parte da frente dos terrenos.
— A meta é a qualidade de vida para o morador e valorizar o patrimônio que temos — afirma Dobes.
Ele sabe que a arrecadação - aproximando-se a R$ 138 mil por mês em mensalidades — está fora do comum, mas destaca que "as comunidades podem ter consciência da força que têm quando se unem".
Os parques feitos pelas comunidades
O presidente da Pró-Coqueiros, Ricardo Müller, não poderia imaginar que o chamado "saco da lama" na década de 1980 hoje seria tão procurado.
O Parque de Coqueiros, que chega a receber 10 mil visitantes por dia, foi feito por iniciativa da própria comunidade. Hoje, é mantido pela prefeitura.
— Era uma coisa tão nova na época, que ninguém acreditava que fôssemos conseguir — diz Ricardo.
Outro espaço viabilizado por iniciativa dos moradores foi a Praça do Canto, hoje mantida pela prefeitura. De acordo com o presidente da Associação Comunitária de Apoio à Praça do Canto, o local, entre os bairros Canto e Coloninha, no Continente, só concentrava muito lixo.
— Os moradores fizeram abaixo-assinado e brigaram para oferecer espaço para as crianças brincarem — diz Ricardo.
Os Conselhos de Segurança (Conseg)
Comunidades como da Armação e de Coqueiros investem em iniciativas baratas para aumentar a segurança nos bairros. O "vizinho solidário", como explica o presidente do Conseg de Coqueiros, Edu Caldeira Antunes, é uma ação para que os moradores se conheçam e passem a vigiar as casas uns dos outros.
— Quando alguém vai viajar já avisa para o vizinho ficar de olho. A orientação também é observar qualquer atitude suspeita — diz Antunes.
Segundo ele, as pessoas precisam parar de ver quem está próximo como um inimigo. Medidas como essa têm evitado os índices de arrombamentos no bairro. Outra ação é encaminhar as reivindicações da área de segurança para o poder público. Mas, como conta Caldeira, só a boa vontade dos moradores não tem bastado:
— Temos tido pouco retorno — lamenta.
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