Planejamento urbano | 21/11/2011 14h28min
Se tudo correr bem, o plano diretor de Florianópolis, apontado como início da solução para dos problemas da cidade, será entregue à Câmara de Vereadores em maio. Aliás, se tudo correr bem diferente do que aconteceu até agora.
Na última vez que o projeto foi apresentado à comunidade, em 2010, os representantes da prefeitura mal conseguiram falar, tamanha a insatisfação popular. Sem falar nos inúmeros prazos não cumpridos. Será que agora vai?
A cidade parece ter despertado para a necessidade do plano diretor, um instrumento que planeja o crescimento para evitar problemas como ocupação desordenada e os constantes congestionamentos.
O que especialistas diziam há algum tempo e o que comunidades, como a do Campeche, têm discutido com frequência ganhou mais força com uma declaração de Guga Kuerten. Ao ser questionado sobre a quarta ponte, que vai criar o maior aterro da cidade, o ex-tenista disparou:
— Será que esta obra vai resolver o problema do trânsito? Acho que a cidade, primeiro, deveria aprovar o plano diretor — disse.
A discussão em Florianópolis começou em 2006, atrasada. Mas tudo corria bem até 2008, com diversas reuniões nas comunidades. Então, a prefeitura destituiu o núcleo gestor, formado por representantes do governo e por entidades da sociedade civil, e contratou a Fundação Cepa (Centro de Estudos e Projetos Ambientais), da Argentina, para colocar as ideias no papel.
— Houve uma incompreensão sobre o que é participativo. Ao acabar com o núcleo gestor e deixar a função a cargo dos técnicos, o plano ficou escondido da população — avaliou o professor de geografia da UFSC e especialista em planejamento urbano Elson Manoel Pereira.
Protestos
Quando o projeto foi apresentado para a comunidade, em março de 2010, houve inúmeros protestos. E as discussões pararam.
— O plano não era o que as comunidades queriam. A maioria das nossas diretrizes não foi levada em consideração. E pelo que sabemos, pouca coisa mudou — afirmou Ataíde Silva, presidente da Associação de Moradores do Campeche e representante da comunidade no núcleo gestor, que foi restituído em 11 de novembro.
O secretário municipal de Educação, Rodolfo Pinto da Luz, assumiu o comando do plano após os protestos das comunidades. Junto ao núcleo gestor, está trabalhando com um novo cronograma. A ideia é entregar o projeto em maio na Câmara de Vereadores. Dá para acreditar?
— Acredito que sim. O processo foi democrático. Se o plano não levou em consideração as propostas da comunidade, ainda dá tempo.
Para incentivar o debate sobre a cidade, o DC lançou a campanha Floripa Te Quero Bem. Acesse www.facebook.com/floripatequerobem e participe das discussões sobre a cidade.
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