Floripa 285 anos | 22/03/2011 22h41min
O público começou a chegar lentamente no final da tarde desta terça-feira e logo o trapiche da avenida Beira-Mar em Florianópolis foi tomado por crianças e adultos para a regência e concerto do maestro João Carlos Martins. A estimativa da Polícia Militar é que havia 12 mil pessoas durante o espetáculo, que teve início pontualmente às 20h. O show de João foi precedido pelo Coral Encantos, de Florianópolis.
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João foi pianista e maestro. Regeu a Orquestra Sinfônica Bachiana, de Curitiba. Fez dois solos ao piano. Fez três minutos de Astor Piazolla tocando o teclado com dois dedos. Executou o tema para o filme Cinema Paradiso, de Ennio Morricone. Tocou a 5ª Sinfonia de Beethoven acompanhado dos ritmistas da Escola de Samba Vai-Vai, de São Paulo. Entre eles, "Bocão", na cuica. João deu um show. Sacudiu a principal avenida da Capital e foi aplaudido de pé.
O show antecipa os festejos dos 285 de Florianópolis, que serão comemorados nesta quarta-feira (veja programação). O maestro falou de seu amor à cidade e a Santa Catarina. Lembrou que seu primeiro concerto fora de São Paulo foi feito em Blumenau, nos 1950, quando ele era um adolescente de 15 anos de idade.
Depois de reger a Orquestra, a pedido do público, tocou Luiza, de Antônio Carlos Jobim. A emoção de quem decidiu ir para Beira-Mar era visível. Muitas das pessoas nunca tinham assistido a um concerto.
Do clássico, o show saltou para o popular com a entrada da Escola de Samba Vai-Vai, campeã do Carnaval paulista deste ano com o tema A Música Venceu, em homenagem a Martins. Em 2012, o Maestro vai virar tema de filme. O cineasta Bruno Barreto vai rodar João, com Rodrigo Santoro no papel principal.
Assista ao vídeo da apresentação
Conheça a vida do maestro
João Carlos Gandra da Silva Martins nasceu em 25 de junho de 1940 e é considerado um grande especialista e intérprete da música de Johann Sebastian Bach. Começou seus estudos ainda menino. Aos oito anos, venceu o primeiro concurso executando obras de Bach.
Com 11 anos, já estudava piano por seis horas diárias. Teve um nervo rompido e perdeu o movimento da mão direita em um acidente durante um jogo de futebol em Nova Iorque . Recuperou parte dos movimentos da mão, mas com o correr dos anos desenvolveu uma doença que o fez parar de tocar por algum tempo.
Utilizou-se da mão esquerda para suas peças e obteve extremo sucesso com esta atitude. Ao realizar um concerto em Sofia na Bulgária , sofreu um ataque em um assalto, e um golpe na cabeça lhe fez perder parte do movimento de mãos novamente. Perdeu anos de sua carreira em tratamentos, treinamentos e encontrou novamente uma nova maneira de tocar, utilizando os dedos que podia em cada mão.
Incapaz de segurar a batuta ou virar as páginas das partituras dos concertos, João Carlos faz um trabalho minucioso de memorizar nota por nota, demonstrando ainda mais seu perfeccionismo e dedicação ao mundo da música.
Curiosidade:após um recital no Carnegie Hall, no final dos anos 1960, João Carlos recebeu uma recomendação de Salvador Dalí: "Diga a todos que você é o maior intérprete de Bach, algum dia vão acreditar. Faz muitos anos que digo ser o maior pintor do mundo e já há gente que acredita".
Parabens à Cidade,ao patrociandor Angeloni e a RBS, por proporcionarem aos florianopolitanos um evento de primeiro mundo. Me senti como se estivesse em NY ou em Paris aqui na avenida beiramar da bela Floripa. Eu e mais umas quinze mil pessoas acordamos felizes por ter presenciado evento de tal magnitude! Ver o maestro mais amado do Brasil regendo ritmistas de escola de samba ao som de m classico de Beethoven é espetacular! Bravo Floripa!!!!
Este show foi uma das coisas mais lindas que assisti. Foi emocionante. Com apenas dois dedos e uma generosa dose de talento e garra o maestro João Carlos Martins tocou no coração de centenas de pessoas. Fantástico!
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