| 14/12/2001 23h26min
Fernando Chagas Carvalho Neto nunca escondeu sua pretensão de assumir a presidência do Inter. Em 1999, o conselheiro fez sua tentativa e perdeu para Jarbas Lima, do grupo de Fernando Miranda. Menos de um ano depois, Lima renunciou, novas eleições coloradas foram convocadas e Carvalho abriu mão de concorrer com Miranda em nome da pacificação do clube, segundo disse na época. Na verdade estava se preparando, reunindo forças para o pleito que irá se realizar na próxima segunda-feira, dia 17 de dezembro. Nesta data, os associados irão escolher o novo presidente pela primeira vez, ao término de uma gestão que, reconhecidamente, saneou as finanças coloradas. Mas nenhum título conquistou em dois anos, fato que, inegavelmente, não agrada a ninguém.
Essa é a aposta de Fernando Carvalho: conquistar a simpatia do eleitorado, cansado dos fracassos dentro de campo, irritados com a flauta dos rivais que se avizinham nos lados da Azenha. Não que o sofrimento do associado seja um incentivo para Carvalho, nenhum colorado admitiria isso. Mas, nas duas últimas temporadas, o candidato, hoje na oposição, percebeu que, a cada revolta da torcida em frente ao portão oito, aumentavam suas chances de subir ao poder. De fato, as chances aumentaram, mas é bom lembrar: a briga é contra uma proposta definida, sedimentada e com adeptos antigos. Gente que, em sua maioria, não havia assumido qualquer cargo diretivo anteriormente. Não é o caso de Fernando Carvalho.
O candidato e seus aliados – O homem que encabeça a chapa 2, batizada de Inter Vencedor, tem 49 anos e é advogado. Fernando Carvalho se associou ao colorado em 1967 e, desde 1982, integra o Conselho Deliberativo. Apesar de hoje representar a maioria dos movimentos opositores, Carvalho já participou de diversas gestões nos últimos 20 anos, muitas delas vinculadas ao chamado “Império Otomano”, outrora representado, entre outros dirigentes, pelos ex-presidentes Pedro Paulo Záchia, José Azmuz e Paulo Rogério Amoretty, antecessor de Jarbas Lima e Miranda.
Entre os anos de 1982 e 1984, foi diretor Jurídico; em 1984 e 1985, assumiu a vice-presidência jurídica do clube; nos dois anos seguintes, trabalhou no Departamento de Marketing; em 1988, foi vice-presidente de Futebol durante quatro meses, para depois retornar à vice-presidência jurídica, cargo no qual permaneceu até o ano seguinte. Mais tarde, nos anos de 1994 e 1995, voltou a assessorar o clube juridicamente e teve ainda passagem, em 1996 e 1997, pelas diretorias do Departamento Amador e de Futebol Profissional.
Em 2001, Fernando Carvalho convidou Arthur Dallegrave para a primeira vice-presidência e, caso eleito, terá Mário Sérgio Martins da Silva como segundo vice. Outros integrantes de uma possível gestão não foram anunciados, mas há grandes chances de Pércio França ser o escolhido para o cargo de vice de Futebol. Assim como o concorrente Felipe de Oliveira, Carvalho quer Ivo Wortmann no comando do time a partir de 2002.
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