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Política  | 09/11/2010 19h37min

Lula defende aumento de salário para próximo presidente

Para o presidente, Congresso fez "uma sacanagem" com ele ao não aprovar seu aumento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira o aumento do salário para o Executivo e disse que, em 2002, o Congresso fez "uma sacanagem" com ele ao aprovar o aumento para a Câmara e o Senado, mas não para o presidente da República.

— Eu não reclamei porque, no dia 2 (de janeiro), o presidente do Senado, que era o Ramez Tebet, me procurou para dizer: "presidente, tem uma brecha para a gente dar o seu aumento". E eu respondi: "olha, meu filho, pode deixar para lá porque eu não quero como primeira medida um aumento do presidente. Fique tranquilo" — contou.

A declaração de Lula foi feita em entrevista após jantar com o presidente de Moçambique, Armando Guebuza, e ao ser questionado sobre a possibilidade de ser votado pelo Congresso o aumento para o Judiciário e para o salário de presidente. Irritado, Lula respondeu:

— Vamos diminuir o ímpeto para a gente entender. Não há nenhuma novidade de que, no final de uma legislatura, eles aprovem o salário para a próxima legislatura. Isso é da Constituição. Somente no meu mandato eles fizeram uma sacanagem comigo. Em 2002, aprovaram (aumento) só para a Câmara e para o Senado.

Lula disse que o "Congresso tem de aprovar o salário para a próxima legislatura e, consequentemente, tem de aprovar o salário do Executivo".

— É o mínimo que eu espero que eles façam, com a coragem de dizer publicamente o que eles acham que deve ser o salário do deputado, do senador e do presidente da República. É muito justo e necessário porque, se não fizer agora, não irá fazer mais — completou.

Questionado se estaria deixando alguma herança de gastos para o próximo governo, em razão de a presidente eleita ter reclamado das bombas fiscais na primeira reunião de coordenação do governo de transição, Lula disse desconhecer isso.

— Ela (Dilma) não me falou nada disso. A Dilma, ela terá da minha parte toda a facilidade que for necessária para que a gente possa construir o melhor orçamento possível pra ela. A verdade é que nós temos compromissos de investimentos públicos e, se nós deixarmos restos a pagar, são restos de obras que estão em andamento. Portanto, não tem nenhum problema — disse.

Agência Estado
 

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