Eleições | 03/11/2010 12h04min
A presidente eleita Dilma Rousseff concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, em Brasília, e apontou alguns dos rumos que seu governo irá tomar a partir de 1º de janeiro.
A petista falou aos jornalistas após o primeiro encontro oficial com o presidente Lula e descartou anunciar o dia em que divulgará o nome de seus ministros e, entre outros assuntos, destacou o possível retorno da CPMF à pauta do Congresso.
Os questionamentos sobre a CPMF foram feitos em função de o presidente Lula ter se manifestado sobre o tema na entrevista com jornalistas, que antecedeu a fala de Dilma. Ele indicou que gostaria de ver o tributo recriado para equacionar os problemas da área de saúde e criticou a oposição por ter se empenhado para derrubar o imposto.
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— Não pretendo enviar ao Congresso a recomposição da CPMF. Eu terei diálogos com os governadores. Dos governadores há este processo (de retomar a pauta). Do governo federal não — afirmou Dilma.
Salário-mínimo e bolsa família
Dilma Rousseff afirmou ainda que o salário mínimo e o benefício pago pelo Programa Bolsa Família terão reajustes nos próximos anos. Ela avaliou como positivo o critério até então adotado pelo governo de reajustar o salário mínimo com base na inflação e no Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior.
Dilma lembrou, entretanto, que o país enfrentou uma crise econômica que afetou o PIB de 2009, fazendo com os números se aproximassem de zero. Caso o cenário de PIB crescente se mantenha, a previsão, segundo Dilma, é que o salário mínimo ultrapasse os R$ 600 em 2011 e os R$ 700 em 2012.
Sobre o Bolsa Família, Dilma reiterou que pretende alcançar 100% de cobertura, mas admitiu dificuldades no cadastro das famílias pelas prefeituras.
Dilma nega pressão do PMDB
sobre distribuição de cargos
Sobre a relação com o PMDB na montagem da equipe, Dilma declarou que o novo governo será pautado por uma concepção de partilha, e que em nenhum momento foi pressionada pelos peemedebistas na busca por cargos.
— Esse é um governo que se pautará por partilhas e não por processo de construção de uma equipe única — afirmou.
Segundo ela, as iniciativas do PMDB têm sido em favor dessa concepção "sem conflitos", e destacou o papel de seu vice, Michel Temer. Dilma acrescentou que não antecipará a equipe de governo de forma fragmentada.
— Vou anunciar os nomes com muita tranquilidade e não cometeria a temeridade de apresentar nomes individuais — disse a futura presidente.
Lula pede que oposição não faça
com Dilma política da vingança
Ao discursar depois do primeiro encontro com Dilma Rousseff, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que a oposição tenha um papel diferente na gestão da candidata eleita do PT.
— (Espero que), dentro do Congresso Nacional, a oposição não faça com a Dilma o que fez comigo: a política da vingança.
Para Lula, a oposição precisa saber diferenciar os interesses nacional das brigas partidárias.
— (Peço que) a oposição, a partir de 1º de janeiro, olhe mais pelo Brasil e torça para o país dar certo.
Eleições de 2014
Lula comentou a possibilidade de a presidente eleita, Dilma Rousseff, concorrer a um segundo mandato no próximo pleito, daqui a quatro anos.
— Ela sabe o que tem que fazer e tem todo o direito de, em 2014, ser candidata outra vez. Eu sabia que tinha data para entrar e data para sair. É como contrato de aluguel. Dia 1º [de janeiro], tenho de dar o fora — disse.
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Petista falou aos jornalistas após o primeiro encontro oficial com o presidente Lula
Foto:
Wilson Dias, Agência Brasil
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