Eleições | 01/11/2010 21h17min
Dilma Rousseff concedeu uma entrevista ao vivo na noite de hoje ao Jornal Nacional, da Rede Globo, direto de Brasília quando afirmou o que espera do País nos próximos quatro anos. A presidente eleita assistiu e comentou as reportagens sobre sua trajetória política, a descendência búlgara, a infância e a participação no governo Lula.
Na entrevista, a presidente eleita assegurou que irá firmar um pacto pela saúde e pela segurança com os governadores. Dilma também firmou um compromisso com o desenvolvimento do País:
— Quando eu tiver feito o meu melhor, eu vou fazer um pouco mais.
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Composição do governo
Sem nomes definidos para a composição do novo governo, Dilma afirmou que não irá anunciar os integrantes dos ministérios de forma fragmentada.
— Não digo que vou anunciar um bloco inteiro, todo o governo, mas eu pretendo não fazer anúncios fragmentados, espalhados ou individualizados (e sim) fazer por blocos — declarou.
A presidente eleita disse que a escolha da composição do governo será realizada tendo em vista aspectos políticos e técnicos:
— Eu vou me esmerar para ter um governo em que o critério de escolha dos ministros e dos cargos da alta administração sejam providos por esses dois critérios.
Na entrevista ela revelou que nos primeiros dias de seu governo irá reunir-se com os governadores eleitos para tratar de saúde e segurança.
Questão cambial
Sobre a questão cambial e a valorização de moedas, a presidente eleita defendeu o câmbio flutuante e afirmou que os indícios de que exista uma guerra cambial são fortes.
— Eu acho que o câmbio é flutuante. No entanto, indícios de que há hoje no mundo uma guerra cambial são muito fortes. Acho que tem moedas subvalorizadas. Então, uma das coisas importantes são as reuniões multilaterais em que fique claro que nós, por exemplo, iremos usar de todas as armas para impedir o dumping, política de preço que prejudique as indústrias brasileiras e vou olhar com muito cuidado, porque não acredito que manipular câmbio resolva coisa alguma.
Dilma também reafirmou o acordo com a estabilidade econômica:
— Eu tenho um compromisso forte com a questão dos pilares da estabilidade macroeconômica, com o câmbio flutuante, e nós temos hoje uma quantidade de reservas que permite que a gente se proteja em relação a qualquer tipo de guerra ou de manipulação internacional.
Indicação de Lula à sucessão presidencial
— Sendo muito honesta contigo, eu nunca imaginei ser presidente da República —confessou Dilma sobre o momento em que Lula revelou que gostaria que ela o sucedesse na presidência do país. Ela afirmou que no início não compactuava com a ideia, mas hoje se diz "certa disso".
A política confessou estar realizando um sonho seu, e de todos os brasileiros, ao ter se tornado presidente do Brasil:
— Ser presidente é talvez o sonho que cada brasileiro esconde lá no fundo da alma porque é o momento em que você vai conseguir, de fato, dar uma contribuição aos milhões de brasileiros.
A presidente eleita também firmou um compromisso de sempre se esforçar pelo desenvolvimento do país:
— Eu vou fazer o melhor que eu puder e quando eu fizer o melhor, eu vou fazer um pouco mais para que o Brasil siga crescendo.
Anúncio da vitória
Dilma afirmou que no momento que recebeu a notícia de que seria a primeira presidente do Brasil demorou para assimilar a grandiosidade do fato:
— Na hora que vem a notícia, você está um pouco anestesiado e é preciso que o tempo passe para que você absorva todo o impacto de uma notícia desse tamanho, que é uma notícia com a grandeza do Brasil.
Chamada de durona pelos adversários, Dilma confessou que chorou após o anúncio de sua vitória nas urnas:
— Eu chorei depois, eu fui chorando aos poucos. Não chorei assim, de uma vez só. Eu chorei lá, quando eu falei [em seu pronunciamento após a confirmação de que venceu o segundo turno], eu chorei um pouco. Eu chorei chegando em casa, bastante.
No encontro com Lula no Palácio da Alvorada na noite de domingo, Dilma disse que chorou novamente:
— Ali eu chorei. O pessoal disse que eu me contive; não, eu chorei por dentro e por fora um pouco.
Descendência búlgara
Filha do búlgaro Pétar Russév, Dilma comentou sobre como imagina que seria a recepção numa visita ao país situado no Leste europeu:
— Eu tenho a impressão de que será uma comoção, uma emoção para mim e para eles porque (a Bulgária) é um país pequeno e a visão que eles têm do Brasil, com seus 190 milhões de pessoas, é de um país que está se desenvolvendo, um país como um local de grandes oportunidades.
Apesar de não saber a língua do seu pai, ela contou que mantém contato com o irmão engenheiro que vive no país.
Conversa com Obama
A conversa que teve com o presidente dos Estados Unidos Barack Obama também foi pauta da entrevista quando Dilma confessou detalhes da ligação telefônica:
— Quando Obama me ligou, ele se mostrou bastante preocupado com a taxa de emprego dos Estados Unidos.
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Dilma Rousseff saindo de casa em direção ao estúdio da Globo, em Brasília
Foto:
Celso Junior, Agência Estado
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