No último e mais esperado debate entre os candidatos à Presidência, que ocorreu na noite desta sexta-feira, na TV Globo, os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) ficaram centrados em propostas.

Como os candidatos não puderam fazer perguntas entre si, os eleitores indecisos pautaram o derradeiro encontro do segundo turno.

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A corrupção foi um dos temas que mais causaram divergências entre os candidatos. Numa crítica indireta ao atual governo, Serra declarou que a corrupção no Brasil "chegou a níveis insuportáveis".

— Quando o chefe do governo, o presidente ou o governador passa a mão na cabeça, o exemplo é péssimo — disse o tucano, que também citou o caso dos aloprados.

E emendou:

— O chefe de governo tem que começar dando exemplo escolhendo bem a sua equipe.

Já a petista, destacou que o governo federal reforçou e profissionalizou a Polícia Federal no país.

— É importante investigar, punir, doa a quem doer e atinja quem atingir — pontuou.

Dentro do modelo de debate, Dilma e Serra puderam caminhar pelo estúdio e se aproximar dos convidados. O sistema deixa os candidatos mais expostos. Como os questionamentos foram feitos por eleitores indecisos, os candidatos trataram de fazer um discurso de agrado ao público e chamavam os perguntadores pelo primeiro nome.

Um gaúcho também teve a oportunidade de fazer um questionamento aos presidenciáveis. O auditor do Tribunal de Contas do Estado Robinson Luis Puhl, de Porto Alegre, perguntou sobre a garantia de renda na agricultura. Serra criticou a atual política econômica. Dilma tratou de destacar programas do governo petista.

Ao responder sobre educação, José Serra defendeu a meritocracia no serviço público, modelo já implementado no Estado de São Paulo.

— Chegamos a fazer avaliação de todas as escolas, e nas que houve melhora de um ano para o outro, chega-se a pagar três salários a mais.

A petista defendeu que não há como proporcionar "qualidade da educação sem pagar melhor o professor".

— Não se pode, também, estabelecer para o professor uma relação de atrito quando pede melhores salários.

Coincidência ou não, os candidatos ficaram hospedados no mesmo bairro, Copacabana, na Zona Sul do Rio. Neste sábado, ambos fazem campanha em Minas Gerais.