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Propaganda eleitoral  | 29/10/2010 14h59min

No último dia do horário eleitoral na TV, Lula volta a ser a estrela do programa de Dilma

Tucanos apostaram na comparação entre biografias dos dois candidatos

No último dia do horário eleitoral obrigatório na TV deste segundo turno, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, maior cabo eleitoral e padrinho político da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, foi mais uma vez a grande estrela do programa da legenda. Assim como ocorreu na abertura da propaganda política do primeiro turno, os holofotes estavam centrados em Lula.

Imagens em preto e branco mostraram a trajetória de Lula como o primeiro presidente operário do Brasil. Em tom emocionado, Lula pediu votos para sua afilhada política, a quem classificou de mulher competente e guerreira, e aproveitou para se despedir do eleitorado, a dois meses do fim do seu mandato:

— Pela primeira vez depois de cinco eleições meu retratinho não estará na urna, mas, na hora que você apertar o 13 e aparecer o retratinho de Dilma, você vai estar votando um pouquinho em mim.

Já o programa do presidenciável José Serra (PSDB) apostou na biografia do tucano e na comparação com sua adversária petista, classificada como uma pessoa sem experiência e que só chegou a disputar o maior cargo do país por causa do padrinho bem avaliado, referindo-se a Lula. Logo na abertura, a propaganda do tucano usou uma metáfora futebolística — a preferida do presidente Lula — para advertir que um técnico, quando convoca uma seleção, escolhe os melhores para o time, e não o afilhado do cartola.

Depois da propaganda do PSDB apostar na metáfora futebolística, foram exibidas cenas do presidenciável com sua família: a esposa Mônica, os filhos e os netos. Em seguida, foi mostrada a comparação da biografia e feitos de Serra com o "PT de Dilma":

"Serra ajudou a implantar o Plano Real, diferente do PT de Dilma que foi contra" e "Serra apoiou Tancredo Neves na luta pelas Diretas, ao contrário do PT da Dilma que não apoiou Tancredo contra Paulo Maluf."

O PSDB apostou também em cenas históricas, como a participação de seu candidato nas lutas do movimento estudantil, no exílio no Chile e nos cargos ocupados ao longo de 40 anos de carreira dedicada à política.

— O presidente de um país tem que ser preparado, precisa ter história de vida e sensibilidade, este é José Serra — disse a propaganda, com destaque para algumas de suas plataformas, como a implantação do salário mínimo de R$ 600 e o reajuste de 10% para os aposentados.

— Durante minha vida nunca consegui nada de mão beijada, sempre batalhei muito e me preparei pra chegar até aqui. Peço seu voto neste domingo, não teria sido eleito e reeleito se não tivesse trabalhado direito— disse Serra no último dia do horário eleitoral gratuito. Dentre os apoios exibidos na propaganda, estavam o dos governadores eleitos da legenda, como Geraldo Alckmin (SP), Beto Richa (PR), Teotônio Vilela (AL), do ator Juca de Oliveira, do jurista Hélio Bicudo e do senador eleito Aécio Neves.

Crianças

O programa de Dilma Rousseff, além do grande destaque para o presidente Lula, também apostou nas propostas da presidenciável para as crianças, em resposta às críticas sofridas por ela neste segundo turno com relação ao aborto. Propostas para os jovens, mulheres e trabalhadores também foram mostradas.

A petista agradeceu o apoio e carinho recebido na campanha e reiterou:

— Humildemente peço o seu voto neste domingo — pregando que seu compromisso é "seguir no rumo que o presidente Lula deu ao país, gerando emprego, renda e melhores condições de vida aos brasileiros".

Num de seus pronunciamentos a favor de sua afilhada política, o presidente Lula disse na propaganda do PT que saiu de Caetés (sua cidade natal em Pernambuco) com o sonho de mudar a vida de sua família.

— E Deus, generoso, me deu a oportunidade de mudar a vida de uma família imensa, a do Brasil.

E destacou que, se houve alguém ao seu lado nessa caminhada e que fez o possível para lhe ajudar, foi a candidata Dilma:

— Ela tem tudo para levar este trabalho adiante, avançando no que precisa avançar. O Brasil quer a primeira mulher presidente e experimentar um jeito mais sensível de governar.

Agência Estado
 

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