Eleições | 28/10/2010 21h35min
Na semana em que o Brasil respira eleição, um discurso do papa Bento XVI nesta quinta-feira acerca do aborto retomou uma pauta dominante do início do segundo turno. Dirigindo-se a 15 bispos brasileiros no Vaticano, o pontífice afirmou que os religiosos têm o dever de emitir juízos morais, mesmo em questões políticas. Apesar de não se referir diretamente ao segundo turno da eleição presidencial, a recomendação papal foi o suficiente para repercutir entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).
Segundo Bento XVI, projetos políticos que contemplem, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia atraiçoam o ideal democrático.
A candidata petista à Presidência disse que a posição do papa deve ser respeitada.
— Ele tem o direito de se manifestar — disse, após cumprir agenda em São Paulo. Dilma voltou a dizer que é contra o aborto.
Na avaliação de Dilma, a orientação de Bento XVI não tem nenhuma relação com o que ocorreu com ela no primeiro turno das eleições, quando teria perdido votos por sua posição em relação ao aborto.
— Aqui no Brasil ocorreu uma campanha que não veio à luz do dia. Quem fez a campanha não se identificou, não mostrou a sua cara. Foi uma campanha de difamação e de calúnia, algumas delas feitas ao arrepio da lei — afirmou Dilma.
Em Minas Gerais para encontro com lideranças do partido, Serra elogiou a postura do pontífice:
— A defesa da vida é algo que merece fazer parte das palavras do Papa, além do que é previsível, além do que é bom para o mundo ouvir isso: a defesa da vida.
Memso tendo ressaltado que não havia lido a declaração do Papa na íntegra, o tucano endossou a manifestação.
— O Papa é um líder espiritual mundial da Igreja Católica, ele tem o pleno direito de emitir as suas diretrizes e orientações para os católicos do mundo — disse.
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