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Eleições  | 23/10/2010 15h09min

Revista afirma que Dilma pedia dossiês contra os opositores do PT. Candidata nega acusações

"É muito fácil na última semana da eleição criar uma acusação sem nenhuma prova", disse petista

A candidata petista à presidência da República, Dilma Rousseff, negou neste sábado que tenha pedido dossiês de contra os opositores do PT.

Gravações entre os principais dirigentes do Ministério da Justiça publicadas pela revista Veja desta semana revelam pressões do Palácio do Planalto para que a pasta use a Polícia Federal para produzir dossiês contra inimigos e proteger dirigentes do governo enredados em denúncias de crime.

— Eu nego terminantemente este tipo de conversa na véspera da eleição. Nego terminantemente. Gostaria que houvesse da parte de quem acusou a comprovação e a prova de que alguma vez eu fiz isso, porque, me desculpe, é muito fácil na última semana da eleição criar uma acusação contra a pessoa sem nenhuma prova. Então, acho grave utilizar esses métodos nessa reta final — disse a candidata do PT ao jornal O Globo.

Secretário da Justiça recebeu pedido de dossiê, diz Veja

Em um dos diálogos, Pedro Abramovay, que na época era secretário de Assuntos Legislativos diz ao então secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior:

— Não aguento mais receber pedidos da Dilma e do Gilberto Carvalho (chefe de Gabinete da Presidência da República) pra fazer dossiês. (...) Eu quase fui preso como um dos aloprados — queixa-se. Tuma Júnior perdeu o cargo em junho e Abramovay o sucedeu.

Segundo Veja, a conversa mais longa, de 50 minutos, foi gravada em janeiro, no gabinete de Tuma Jr. Nela, os interlocutores discutem a sucessão do ministro da Justiça, Tarso Genro, que deixaria o cargo em fevereiro. Abramovay revela desejo de trabalhar na ONU.

Em tom de desabafo, afirma que já não conseguia conviver com a pressão de Dilma (supostamente, a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff), e Gilberto Carvalho, em torno da produção de dossiês contra adversários. Para Abramovay, a nomeação de Luiz Paulo Barreto para a vaga de Genro tornaria a pressão pior ainda, "pela falta de força política do novo ministro". Barreto é funcionário de carreira.

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