Eleições | 11/10/2010 22h21min
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Cada eleição com suas polêmicas. O nome desta é Francisco Everardo Oliveira Silva. O apelido, Tiririca. O deputado federal mais votado do país, com 1,350 milhão de votos, é suspeito de ser analfabeto. O compositor e cantor de "Florentina" corre o risco de fazer uma prova para mostrar que sabe ler e escrever.
Tiririca conquistou 6,35% do total dos votos de São Paulo — muito mais do que o dobro do segundo no Estado, o ex-secretário paulista da Educação, Gabriel Chalita, com 559.118. De quebra, ele ajudou a eleger outros três candidatos por causa do quociente eleitoral: Otoniel Lima (PRB), Vanderlei Siraque (PT) e o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz (PC do B).
Só que o juiz eleitoral Aloísio Sergio Rezende Silveira aceitou, há uma semana, a denúncia do Ministério Público de que o candidato do bordão "vota no Tiririca, pior do que está não fica" apresentou um documento falso para demonstrar que sabe ler e escrever, uma exigência da legislação eleitoral brasileira.
Segundo a assessoria do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), após ser notificado, Tiririca teve 10 dias para apresentar sua defesa. Na sexta-feira, antes do feriadão, o documento ainda não tinha sido entregue a ele.
Todo candidato precisa apresentar à Justiça Eleitoral um atestado de escolaridade ou escrever uma declaração de que é escolarizado. Tiririca fez a segunda opção. Só que um laudo do Instituto de Criminalística de São Paulo viu indícios de que a declaração pode ter sido falsificada.
O teste
Caso os advogados de Tiririca não consigam contestar a denúncia, o humorista poderá passar por um teste. A prova, caso aconteça, dever ser feita em duas etapas. Na primeira, ele receberia um texto simples para fazer a leitura em voz alta. Em seguida, seria submetido a um ditado e teria de escrever o que ouve.
— É possível que o juiz faça ele escrever alguma coisa na frente dele. Ditado acho que é muito difícil. Talvez a maioria dos 513 deputados não passaria nesse tipo de teste — explicou o presidente da Comissão de Moralidade Pública da Ordem dos Advogados do Brasil em Santa Catarina (OAB-SC), Eduardo Capella.
Votos de Tiririca ajudaram a eleger outros três deputados devido ao quociente eleitoral
Foto:
Paulo Liebert
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