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Eleições  | 07/10/2010 10h23min

Serra muda o tom e defende privatizações feitas por FHC: "Não venham com trololó de factoide"

Tucano participou encontro em Brasília com líderes do PSDB e de partidos aliados

No dia seguinte ao anúncio de integrantes da campanha petista de que vão usar as privatizações para atacar a candidatura tucana, o presidenciável do PSDB, José Serra, partiu para o confronto e defendeu as medidas tomadas na era Fernando Henrique Cardoso.

— Eles poderiam refazer as privatizações, mas não refizeram. Não venham com trololó de factoide dessa maneira. Isso não vão levar — afirmou o tucano na quinta.

Durante encontro em Brasília com líderes do PSDB e de partidos aliados, para dar largada ao segundo turno da campanha, Serra adotou um tom de confronto com o PT.

— Eles falam em privatização. O governo Lula continuou a privatizar — disse, ao lembrar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva privatizou dois bancos durante seu primeiro mandato — o Banco do Estado do Maranhão e o Banco do Estado do Ceará. — Aí não é um problema de número. É um problema de ideologia. Se privatizou, não era tão contra.

Em encontro para traçar a estratégia da campanha de Dilma Rousseff (PT), na terça-feira, petistas defenderam a comparação entre as gestões Lula e FHC e avaliaram ser importante colar em Serra a pecha de privatista, por ele ter participado do governo FHC, durante o qual setores da economia, como a telefonia, foram privatizados. A fala de Serra evidenciou a resposta política que os tucanos pretendem dar para as críticas dos adversários. A orientação é partir para o ataque, a fim de evitar erros da campanha presidencial de 2006, quando o então candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, caiu na armadilha colocada pelo PT e ficou na defensiva quando confrontado com o tema.

Cobrança

Na primeira reunião de Serra com as cúpulas e os governadores eleitos pelo PSDB, DEM e PPS, e até dissidentes do PMDB, todos se uniram em uma cobrança: querem que Serra assuma uma postura mais clara de candidato do PSDB e de oposição ao presidente Lula e ao PT. Querem um confronto de ideias com a adversária petista Dilma Rousseff. Convidado a discursar, o ex-presidente Itamar Franco (PPS), eleito senador por Minas Gerais, cobrou mudança de figurino do candidato.

— Vossa Excelência é um homem que não precisa tanto dos marqueteiros porque tem vida limpa, honesta. Seja mais Serra do que marketing. Tem de haver o confronto — aconselhou sob aplausos da plateia. — O segundo turno é nova eleição em que temos de corrigir rumos, aferir nossa bússola.

— Querem falar de privatizações, vamos falar delas — propôs Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais e senador eleito, sugerindo que o segundo turno comece com a defesa, "com toda altivez", do governo FHC.

— Não teria havido avanços do atual governo se não tivesse havido o governo Itamar Franco, com a coragem política de lançar o Plano Real, e o governo Fernando Henrique, que consolidou e abriu a nossa economia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Agência Estado
Marcos Brandao/ObritoNews / 

Serra participou de reunião em Brasília com em apoio a sua candidatura no segundo turno
Foto:  Marcos Brandao/ObritoNews


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