Eleições | 01/10/2010 21h57min
Já passava de 2h da manhã quando Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) chegou ao tradicional restaurante Nova Capela, no boêmio bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, após o debate entre os presidenciáveis da TV Globo. Acompanhado de três dos seis filhos e duas netas, além da mulher Marieta Arruda Sampaio, e da equipe de campanha, o candidato pediu um vinho para relaxar.
— Ele não bebe cerveja, nem caipirinha, só vinho chileno — disse um assessor.
Mais velho dos candidatos à Presidência, Plínio teve atitude diferente de seus adversários, que preferiram descansar — caso de Marina Silva (PV) e Dilma Rousseff (PT) —, e de José Serra (PSDB), que deixou a capital fluminense logo após o debate.
— Nós comemoramos porque estamos alegres — disse o candidato, hoje, em restaurante à beira da praia, no Arpoador, em almoço com a família.
— Saímos do restaurante por volta das 4h. Eu gosto da noite, sou um cara noturno. Acho que (o debate) foi um sucesso — afirmou Plínio, que pela manhã cancelou caminhada que faria pelas ruas do centro do Rio.
— Ele já é um senhor, precisou descansar — disse um assessor regional do partido.
Plínio tem 80 anos. À tarde, bem disposto e sorridente, o candidato só mostrou tom mais sério ao comentar o apoio do deputado Roberto Jefferson (PTB), que hoje declinou do apoio ao tucano José Serra e declarou voto no candidato do PSOL:
— Sou um homem cristão e acredito na conversão das pessoas. As pessoas se arrependem e se convertem.
Apresentando menos de 1% das intenções de voto, segundo institutos de pesquisa, Plínio afirma que sua campanha teve um "resultado excepcional", mas foi ignorada pela imprensa.
— Ignorada totalmente. Tudo que sai na imprensa escrita é negativa. Não sai uma única coisa positiva. Impossível. Nas fotos, os três (Dilma, Serra e Marina). As charges, os três. Os colunistas, os três — disse.
Contudo, segundo o socialista, sua campanha conseguiu chamar atenção para suas propostas. — Com um partido novo, que não está estruturado em todo o país. Temos Estados que não temos nem diretório. Você está vendo na rua. Tem gente que vem me cumprimentar nas ruas. O povo me acena, me dá apoio — analisou Plínio, que após almoço com a família descansou, para à tarde cumprir agenda de campanha, pelas ruas do centro da cidade.
A expectativa de Plínio é deixar o Rio de Janeiro amanhã pela manhã, com destino a São Paulo, onde, às 11h, deve fazer uma caminhada pelas ruas do centro.
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