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Eleições  | 11/09/2010 04h30min

Entenda como funcionam as eleições para senador e saiba valorizar o segundo voto

Os dois mais votados serão os representantes, com a mesma importância, para o Estado

Simone Kafruni  |  simone.kafruni@diario.com.br

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O voto para senador é o que pode ser o mais confuso dessas eleições, porque é majoritário. Quem receber mais votos leva a cadeira no Senado, como o voto para presidente e governador, mas sem segundo turno. E, depois, porque nas eleições 2010, são duas vagas.

É preciso ficar claro: são dois votos com pesos iguais. Não existe prioridade só porque o eleitor vai votar primeiro em um e depois em outro candidato. O coordenador de Cadastro Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC), Sérgio Manoel Martins, alerta que a ordem dos votos não importa no resultado final.

Os votos serão somados, e o candidato que obtiver o maior número na primeira e na segunda opções somadas será o eleito. Assim como o segundo mais votado em ambas as opções também será eleito.

Como o mandato de senador é de oito anos, em uma eleição são renovados dois terços das 81 cadeiras do Senado, que tem três senadores para cada Estado da federação. Neste ano, estão em disputa as vagas da senadora Ideli Salvatti (PT) e Neuto de Conto (PMDB).

Na eleição seguinte, é renovado apenas um terço, e aí sim a opção é de apenas um senador. Do ponto de vista do eleitor, quando são dois votos para o Senado, como é o caso agora, é preciso seguir algumas estratégias e ficar muito atento à segunda opção.

— Em geral, o eleitor privilegia um candidato que julga estar mais forte, que tem mais expressão e pode atrair mais votos. E releva o segundo voto. Isso está errado porque os dois senadores terão o mesmo poder no Congresso e vão representar o Estado por oito anos — diz o historiador e antropólogo André Santos, que trabalhou por 11 anos no Centro de Ciências Políticas da Unisul.

Eleitor não pode votar duas vezes no mesmo candidato

Um caso que pode acabar anulando um dos votos é quando o eleitor votar duas vezes no mesmo nome para o Senado. Apenas um dos votos será computado.

Não há possibilidade de o eleitor votar duas vezes num mesmo candidato a senador. Por isso, uma das estratégias dos partidos e coligações é sempre indicar um segundo nome.

Algumas alianças preferem indicar apenas um nome e apostar nele todas as suas fichas. Não é o caso em Santa Catarina, mas isso ocorre no Rio Grande do Sul, por exemplo, onde duas das principais coligações escolheram a tática de candidatos únicos, abrindo mão de pedir votos para uma dupla. No Estado, as principais coligações concorrem com dois candidatos ao Senado.

Decisão em 2002

Nas eleições de 2002, quando o eleitor tinha que escolher dois senadores, a candidata do PT, Ideli Salvatti, não figurava nas pesquisas entre os quatro candidatos com a maior preferência do eleitorado. Hugo Biehl (PP) e Paulinho Bornhausen (PFL, atual DEM) estavam entre os preferidos e nenhum deles se elegeu.

Correndo por fora, a petista conquistou 1,054 milhão de votos e foi a candidata mais votada, batendo em mais de 80 mil votos o segundo senador eleito, Leonel Pavan (PSDB), que obteve 973,4 mil votos.

Para o professor de Ciência Política e Ciências Sociais da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Flavio Ramos, é difícil fazer um prognóstico para o segundo voto nessas eleições.

— As pesquisas, em função dos eleitores indecisos, apresentam muita indefinição. Afinal, cada eleitor votará em legendas diferentes e isso torna o quadro ainda mais nebuloso. Mas isso não é necessariamente ruim. Quem sabe, pelo menos na definição do segundo voto, tenhamos as expectativas e indefinições das eleições de outros tempos, quando as pesquisas não antecipavam o resultado, e a emoção durava até o final das apurações? — indaga.

Luiz Henrique da Silveira, que aparece como o preferido nas pesquisas, tenta emplacar também o candidato da sua coligação, Paulo Bauer, pedindo votos para ele. Os candidatos dos partidos nanicos dispersam os votos ao Senado e deixam ainda mais vulneráveis os preferidos, segundo as pesquisas.

— Os pequenos tiram votos dos outros, mas não se elegem. Mas tiram a força dos que estão na frente. Por isso, o eleitor tem que avaliar muito bem os dois votos — afirma Sérgio Saturnino Januário, mestre em Sociologia Política.

Conheça os candidatos nas eleições 2010 em Santa Catarina

 

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