Eleições | 08/09/2010 12h26min
A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, avaliou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva levou para o terreno político o episódio da quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB quando ele falou, na noite de terça-feira, no horário de propaganda política da candidata petista ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff.
Indagada se o discurso de Lula contribuiu com o debate eleitoral, Marina respondeu:
— Relevar o fato e levar apenas para o terreno político não contribui. Há um fato grave e não se pode achar que é uma questão meramente política.
O presidente ocupou dois minutos e 15 segundos da propaganda de dez minutos da candidata do PT para defendê-la das acusações de seu envolvimento na quebra de sigilo dos tucanos. Lula disse que a oposição tenta atingir a petista com "mentiras e calúnias" por ela ser mulher.
Em visita nesta manhã à sede da Fundação Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), Marina voltou a defender punição rigorosa aos envolvidos no episódio e criticou os adversários por tentarem tratar a questão como "banal e corriqueira".
— É uma violação de direitos o que está acontecendo no Brasil. É grave e não se pode ficar apenas politizando o fato como forma de minimizar esse acontecimento — disse Marina.
De acordo com ela, quem foi atingido pela violação está no seu direito de reclamar, mas ponderou que a queixa não é individual.
— Tem de ser uma queixa institucional.
Marina voltou a dizer que a violação de dados representa "um descontrole generalizado" na Receita Federal. E acusou a gestão pública de "estar com pés de barro".
— Se nos lugares mais sensíveis acontece esse tipo de coisa, imagina o que pode acontecer em outras situações.
Debate
Indagada sobre a provável ausência de Dilma Rousseff no debate desta noite entre os candidatos à Presidência da República, em evento promovido pela TV Gazeta e pelo Grupo Estado, Marina avaliou que será um prejuízo para a democracia.
Para ela, o debate é importante para a população conhecer as propostas dos candidatos antes de escolher o futuro presidente:
— Não temos de ter medo de ter falhas, inclusive isso é muito bom para ver como lidamos com situações de dificuldades.
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