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 | 25/08/2010 10h07min

No Estado, Marina defende restringir venda de terras a estrangeiros

Candidata concedeu entrevista ao programa Gaúcha Atualidade

Atualizada às 13h45min

A candidata do Partido Verde (PV) à presidência da República, Marina Silva, chegou por volta das 9h desta quarta-feira em Porto Alegre, onde deve participar, ainda nesta manhã, do seminário "Tá na Mesa", da Federasul. A presidenciável será a palestrante do evento, que tem a temática "juntos pelo Brasil que queremos".

Ao chegar na Capital, Marina concedeu entrevista ao programa Gaúcha Atualidade e defendeu a restrição à compra de terras no País por empresas estrangeiras. A candidata disse que a medida, anunciada ontem pelo governo, atende aos interesses de soberania do Brasil:

— Não podemos comprometer nossos interesses e nossa soberania.

Na última segunda-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) deu um parecer em que restabelece restrições à compra de terras por empresas controladas por estrangeiros. A AGU pretende enviar um projeto de lei ao Congresso que restringiria também a compra de terras por pessoa física estrangeira residente no País. Marina disse que a restrição à compra de terras por estrangeiros é uma prática adotada por vários países e que não teme a redução de investimentos no País.

A candidata afirmou que é comum as empresas se instalarem no Brasil, não investirem no País, não criarem o volume de empregos prometidos e enviarem os lucros para seus países de origem.

— Nosso litoral está sendo privatizado por redes de hotéis — acusou a presidenciável ao se referir ao grande número de hotéis estrangeiros que se instalaram no litoral nordestino nos últimos anos.

Durante dez minutos de entrevista, Marina ainda se disse contrária ao retorno da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para ampliar os recursos disponíveis do governo para a área de saúde. "Não dá para ficar falando em criação de mais tributos", afirmou.

Marina se disse favorável à regulamentação da Emenda 29, a fim de ampliar os recursos da União e dos Estados para o setor.

— A Emenda 29, que precisa da regulamentação, e que infelizmente o governo ficou oito anos e não regulamentou.

Sobre sua candidatura, a presidenciável afirmou que quebrou a "polarização" das duas principais candidaturas à Presidência, de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB):

— Hoje, todos têm considerado três candidaturas — afirmou a candidata, que acredita ser uma "alternativa" para a população.

Para a Marina, a estabilização de sua candidatura nas pesquisas de intenções de voto representa "uma coisa fabulosa", tendo em vista a pouca estrutura de sua campanha e o tempo reduzido na propaganda obrigatória:

— Eu não tenho dúvida que o potencial de crescimento é enorme.

Transmitido de Quaraí, na fronteira gaúcha, o programa abordou a questão do êxodo de jovens para grandes centros urbanos, pela falta de alternativa de emprego e estudo. A candidata afirmou que o mesmo problema acontece na sua região, o norte do país, onde cerca de 75% da população do Estado do Amazonas vive na Capital.

— O que nós temos pensado é promovermos políticas de desenvolvimento local, onde pode se criar alternativas para a população jovem — propôs Marina.

Ouça a entrevista de Marina ao Gaúcha Atualidade:

ZEROHORA.COM, COM AGÊNCIAS

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