Eleições | 12/08/2010 21h23min
Em entrevista concedida na noite desta quinta-feira ao Jornal Nacional, o presidenciável Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL, falou sobre a ocupação de terras em um eventual governo seu. Favorável à reintegração de posse, o candidato explicou que o Supremo Tribunal Federal (STJ) decidiu que a ocupação não é crime de esbulho possessório e tampouco de formação de quadrilha:
— Ocupação de terra não é crime. É diferente de invasão de terra — explicou Sampaio.
Segundo o candidato, as ocupações são um "apelo de uma sociedade insensível" ao respeito da necessidade que a população tem de poder ter terra para sobreviver:
— É justo e eu faço. Estou de acordo e estarei sempre de acordo — sentenciou.
Sobre as questões econômicas, Plínio afirmou que propõe uma auditoria na dívida, mas sem suspender pagamentos de pessoas que possuem dinheiro na poupança ou títulos do governo.
— [A suspensão do pagamento] Não precisa ser de todos, pode ser de uma categoria — disse o candidato, ao afirmar que irá enfrentar os grandes investidores.
Na mensagem final, Sampaio falou que a desigualdade social entre ricos e pobres é um "escândalo":
— A desigualdade precisa terminar. Não pode que este país continue desigual como se encontra.
Reclamação
Antes de falar sobre suas propostas, o presidenciável fez uma crítica ao fato de ter somente três minutos de espaço para se pronunciar na TV. Sampaio reclamou porque seus oponentes, os três nomes apontados à frente nas pesquisas de intenção de voto, concederam entrevistas de 12 minutos de duração aos apresentadores do programa nesta semana. O candidato também não falou ao vivo, como seus concorrentes.
No início da entrevista, Sampaio reclamou que a Rede Globo criou, no debate presidencial, duas "classes" para distinguir os candidatos: a econômica e a executiva, dos candidatos "chapa branca":
— Eu sou o viajante de avião de classe econômica — ironizou o presidenciável.
Em resposta ao candidato, o apresentador do programa, William Bonner, explicou que existem critérios para convidar candidatos a participar de entrevistas, que são a representação do partido na Câmara Federal e a obtenção de três pontos percentuais nas pesquisas de intenções de votos. O candidato ainda não pontuou.
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