Na primeira visita a Santa Catarina como candidato a vice-presidente da República, nesta segunda-feira, Michel Temer (PMDB) tentou encerrar a polêmica com a cúpula estadual do partido. Ele atribuiu o racha a desentendimentos pessoais e negou que tenha havido insubordinação à decisão do PMDB nacional, que decidiu apoiar Dilma Rousseff (PT) à Presidência.

Temer se referia ao ex-governador e atual candidato a vice-governador Eduardo Moreira, que desistiu de ser candidato ao governo para apoiar o DEM de Raimundo Colombo. Como consequência, o partido acabou do lado de José Serra (PSDB).

O candidato ressaltou que o PMDB, historicamente um partido tido como um guarda-chuva das mais diversas lideranças políticas, nunca teve uma unidade tão consistente e que, para isso, é necessário obedecer às decisões nacionais e estaduais.

— Temos de acabar com essa história de ser um aglomerado de lideranças regionais. Temos de dar uma certa unidade ao PMDB — reforçou Temer.

Ele justificou aos mais de cem correligionários que se aglomeraram no comitê para recepcioná-lo, entre eles o prefeito de Florianópolis, Dário Berger (PMDB), as razões que levaram a executiva nacional à aliança com o PT.

— Formamos compromisso por escrito com o PT, no qual teríamos participação ativa na chapa, no programa de governo e no plano da campanha. Não seria simplesmente uma adesão para ganhar cargos. Depois de participarmos ativamente desse crescimento sem precedentes na história que o Brasil teve nos últimos quatro anos, não tinha por que teríamos candidatura própria ou apoiaríamos outro partido. Isso é eticamente inadmissível.

Sobre o plano de governo de Dilma-Temer, o peemedebista se limitou a dizer que, chegando à vice-presidência, irá, no primeiro ano de governo, propor uma reforma tributária que descentralize os recursos nacionais dando mais poder aos municípios.

Temer chegou ao aeroporto de Navegantes às 17h15min, de onde seguiu direto para o comitê na cidade. De lá, foi a Balneário Camboriú, onde fez comício na Avenida do Estado a centenas de militantes que o aguardavam empunhando bandeiras da campanha. Temer viajou na noite de segunda-feira de volta a São Paulo.