| 01/07/2010 11h35min
Desabrigados das enchentes em vários municípios alagoanos estão reclamando da burocracia das prefeituras e da Defesa Civil na distribuição dos alimentos. Na quarta-feira, em Branquinha, a 70 quilômetros de Maceió, um grupo de mulheres esperava debaixo do sol forte por uma cesta básica para alimentar os filhos. Os mais exaltados ameaçam saquear supermercados e depósitos de alimentos caso a distribuição não melhore.
— Só querem entregar cesta básica para quem foi cadastrado. Como não fomos, estamos sem ter o que comer — afirmou Cícera Maria da Silva, de 40 anos.
— A gente não teve a casa derrubada, mas o mercadinho onde a gente comprava fiado, no Centro de Branquinha, foi completamente destruído e não temos mais onde comprar, sem dinheiro. Por isso estamos esperando uma feira, há mais de dez dias, e até agora, nada — afirmou Elenilza Galdino, de 19 anos, mãe de uma menina de 1 ano.
Funcionárias da Secretaria Municipal de Assistência Social de Branquinha admitiram que só quem tem cadastro pode receber as cestas básicas.
— Essas pessoas que não tiveram a casa derrubada não estão nem desabrigadas nem desalojadas. Vão ter de esperar. Elas vão receber ajuda, só não sei se será hoje ou amanhã — disse uma assistente social da prefeitura.
A presidente da Cruz Vermelha de Alagoas, Maria Helena Russo, disse que também teve dificuldade para entregar os alimentos aos desabrigados, porque os mantimentos precisavam passar primeiro pelas prefeituras:
— Nós estamos com uma carreta cheia de mantimentos vindos do Ceará e onde a gente chega é uma dificuldade tremenda de encontrar as pessoas para descarregar as doações.
Já os soldados do Exército, que tomam conta dos mantimentos, disseram que não cabe a eles escolher quem deve ou não receber os alimentos.
Em Jacuípe, a 122 quilômetros da Capital, desabrigados revoltados com a burocracia imposta pela prefeitura tumultuaram a entrega de alimentos feita pelo Exército. Por isso, segundo a assessoria da Polícia Militar, oito homens da Força Nacional devem embarcar para o município.
— Assim que o helicóptero chega, as pessoas avançam e uma confusão enorme acontece. Com isso, os sacos são rasgados e, para evitar o desperdício dos alimentos, bem como grandes transtornos, uma equipe da Força Nacional já se deslocou para Jacuípe — informou o major Oliveira, da 5.ª seção da Polícia Militar.
As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
Saiba como ajudar os Estados atingidos
Interessados em ajudar devem fazer contribuições em dinheiro nas contas bancárias:
Banco do Brasil
Agência 3557-2
Conta 5241-8
Caixa Econômica Federal
Agência 2735
Conta 955-6
Operação 006
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