Solidariedade. Essa é a palavra que irá reger o trabalho de 25 profissionais de saúde do grupo Hospitalar Conceição nos próximos dias no Estado de Alagoas, no nordeste do país. Eles embarcaram na manhã desta sexta-feira para prestar auxílio às pessoas atingidas pela chuva, que também varreu Pernambuco e deixou, até agora, 51 mortos nos dois Estados.

- A gente não sabe exatamente o que vai encontrar, porque o que estamos vendo é que a situação é bem crítica. Todos nós estamos bem preparados para fazer tudo que for necessário para proporcionar o melhor possível a esse povo tão sofrido - disse a enfermeira Dirce Nunes, de 49 anos, que integra a equipe.

Profissional do GHC há 22 anos, Dirce vai viver a experiência de participar de uma força-tarefa pela primeira vez. Assim como para ela, essa situação é nova para todo o Grupo Hospitalar Conceição. Embora os profissionais do GHC tenham estado presentes no Haiti e no Chile, nos terremotos que vitimaram milhares de pessoas e assustaram o mundo inteiro neste ano, nunca uma força-tarefa do Grupo lidou com alagamentos.

Para o médico Sami Al Judi, que coordena a equipe, o desafio desta vez é ainda maior. Segundo ele, o risco de doenças infecciosas é muito grande e o acesso aos locais mais afetados será difícil. Mas um fator é fundamental: a língua.

- A possibilidade de comunicação direta facilita o atendimento e tranquiliza as pessoas. Estamos com uma equipe de 24 profissionais altamente motivados, alguns deles já com experiência na missão do Haiti, qualificados e dispostos a prestar o melhor do seu trabalho em favor da população de Alagoas - disse.

É o caso do enfermeiro Cléber Verona, que passou 28 dias em Porto Príncipe no início deste ano. Para ele, a experiência no país caribenho será fundamental no auxílio aos alagoanos.

- Se a gente pode levar ajuda humanitária para locais que estão fora do Brasil, por que não ajudar os nossos irmãos aqui mesmo?

Os profissionais do Conceição serão divididos em equipes de três pessoas: um médico, um enfermeiro e um técnico-auxiliar. Durante os 15 dias em que eles devem permanecer no Estado nordestino, atenderão a três cidades localizadas a cerca de 90 quilômetros da capital Maceió: Rio Largo, Santana do Timbaú e Quebrângulo. De acordo com Judi, as equipes estão pré-definidas e começarão a trabalhar assim que chegarem a Alagoas - por volta das 13h. Hoje, oito equipes desembarcam lá. Mais sete ainda chegarão nos próximos dias.

No saguão do Aeroporto Salgado Filho, antes do embarque, o clima era de serenidade. Para esses profissionais, a expectativa de realizar um bom trabalho é tão grande quanto a certeza de que a situação encontrada será de catástrofe. O que não desanima o enfermeiro Clandio Nicolla, de 43 anos.

- Além do conhecimento técnico que a gente leva conosco, levamos também solidariedade, a conversa, o toque, o carinho. Isso é muito importante nesse momento. A palava de ordem é solidariedade. E espero que possamos ajudar a melhorar a vida das pessoas lá.

Liberação de recursos



O presidente assinou na quinta-feira uma medida provisória (MP) no valor de R$ 1 bilhão para criar uma linha de financiamento, a juros subsidiados, para ser usada como capital de giro, compra de material de construção, equipamentos, bens de capital para o comércio e pequenos, médio e grandes empresas nos municípios atingidos

— Depositamos hoje R$ 275 milhões nas contas dos governos de Alagoas e Pernambuco para planos emergenciais. Outros R$ 47 milhões foram destinados à reconstrução de pontes, R$ 46 milhões, à saúde, e R$ 51 milhões, à reconstrução imediata das escolas. Os alunos podem passar 40 dias de férias, mas não podem perder o ano letivo — afirmou Lula.

Saiba como ajudar os Estados atingidos

A Defesa Civil recomendou que, por causa da dificuldade de fazer donativos chegarem aos atingidos em decorrência de problemas de acesso, os interessados em ajudar devem fazer contribuições em dinheiro. Confira as contas bancárias:

- Banco do Brasil
Agência 3557-2
Conta 5241-8

- Caixa Econômica Federal
Agência 2735
Conta 955-6
Operação 006