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Eleições  | 17/06/2010 23h40min

Executiva do PMDB dá prazo de sete dias para que diretório estadual explique aliança com DEM

Imbróglio poderá ser solucionado na terça-feira, em novo encontro nacional do partido

Fabiano Costa  |  fabiano.costa@gruporbs.com.br

Quarenta e oito horas depois de ameaçar o PMDB de Santa Catarina com intervenção por conta do apoio de Eduardo Pinheiro Moreira à candidatura de Raimundo Colombo (DEM) ao governo, a executiva nacional abriu contagem regressiva para destituir a cúpula local do partido.

Os dirigentes catarinenses têm uma semana para convencer os caciques nacionais de que não há risco de o PMDB subir no palanque democrata. A intervenção, contudo, pode ser decretada já na próxima terça-feira, caso não haja sinais claros de um recuo.

Informados do pedido de intervenção por meio de um fax, às 15h32min, os integrantes do diretório estadual ficaram atônitos, sem entender se já estavam sob ingerência da executiva nacional. Em Brasília, o senador Neuto de Couto (PMDB) correu à sede do partido para buscar mais detalhes sobre o processo, na medida em que o documento enviado ao Estado não deixava clara a situação catarinense.

No texto, o presidente do diretório estadual do PMDB era comunicado sobre o prazo de defesa ao "pedido de intervenção", acertado em reunião da executiva nacional, na terça-feira, em Brasília. No entanto, o memorando deixava as portas abertas para o "levantamento da intervenção", caso os dirigentes locais conseguissem comprovar que não estavam inclinados a aderir à campanha de Colombo.

De Rondônia, o vice-presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), esclareceu que apenas foi aberto o rito interno para intervir no comando estadual. Apesar de ter sido concedido prazo até o dia 25 para os peemedebistas catarinenses esclarecerem o episódio protagonizado por Pinho Moreira, o imbróglio poderá ser solucionado na terça-feira, em novo encontro da executiva nacional.

Gesto unilateral

O presidente nacional do partido e candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff, Michel Temer (SP), presidirá a reunião. Quinta-feira, mesmo em viagem pela Europa, Temer monitorou a abertura do processo e deve trabalhar pela intervenção na próxima semana.

O deputado se sente traído por Pinho Moreira, por ter agendado um encontro do catarinense com Dilma há duas semanas. Na ocasião, Pinho Moreira garantiu à petista que não se aliaria à oposição no Estado. Temer agora precisa fazer uma demonstração de lealdade a Dilma, após o PT abrir mão da candidatura ao governo em Minas Gerais e intervir no diretório do Maranhão.

Na última terça-feira, a mando de Temer, dirigentes nacionais do partido já estavam decididos a decretar a intervenção. Ela só não se concretizou porque o deputado João Matos, vice-presidente do diretório estadual, pediu dois dias de prazo e disse que a renúncia à candidatura era um gesto unilateral de Pinho Moreira, sem a anuência do partido. Como na quinta-feira não chegou nenhum aviso de recuo à Executiva, o processo foi aberto. O grupo de Temer se sentiu ainda mais desafiado após saber que a convenção do dia 26 iria deliberar sobre a aliança com o DEM.

Com receio de que a intervenção possa gerar uma crise ainda maior no partido, alguns dirigentes da legenda tentam apaziguar os ânimos.

— Dá para encontrar um acordo com o diretório catarinense sem que haja necessidade de intervenção. Essa seria nossa última saída — afirmou Raupp.

Membro da executiva nacional e único a votar contra a abertura do processo de interdição na terça-feira, o deputado Darcísio Perondi (RS) ficou revoltado com a decisão da cúpula. Segundo o parlamentar gaúcho, a iniciativa mostra a insegurança dos líderes peemedebistas.

— Isso é um crime político, um estupro contra a democracia interna do PMDB — reclamou.

Comentários

Claudio Machado

Denuncie este comentário18/06/2010 10:01

Só porque o Temer embarcou na canoa furada da Dilma quer que todo mundo morra com ele? O PMDB deveria era ter candidatura própria a Presidente. Agora o Temer quer ser autoritário? São as más companhias.

 

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