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 | 20/05/2010 07h43min

Inter fala em atacar Estudiantes, mas Fossati arma retranca

Postura do time a partir das 19h45min será um mistério

Diogo Olivier  |  diogo.olivier@zerohora.com.br

É de observar como será quando o discurso terminar e a verdade emergir do campo, a partir das 19h45min. O técnico Jorge Fossati sinaliza um Inter fechado, com um solitário atacante contra o Estudiantes. Os jogadores, não. Estes falam em atacar como única forma de não serem espremidos no acanhado Estádio Centenário e seu gramado cheio de buracos. De que forma agirá o Inter para chegar à semifinal da Libertadores e salvar o semestre, então?

Primeiro, o time. O médico Guilherme Caputo informou que Walter está sofrendo com dores na panturrilha direita. Teria dificuldades para subir e cabecear. Até mancou no dois toque de ontem. Está aberto o caminho para, em caso de 3-6-1, o atacante ser Alecsandro. Sem liberação médica, não há como Walter jogar. É o álibi perfeito.

Seria o mesmo time usado contra o Banfield, de atuação elogiadíssima pelo técnico até a expulsão de Kleber, que abriu a porteira da derrota por 3 a 1. Fossati desconversa. Coça a cabeça, coloca as mãos no abrigo, se protege da nuvem de mosquitos que assola o Centenário ao anoitecer. Diz que não pode abrir mão de atacar em razão do paraíso que viria com um gol fora de casa, mas lembra: é o Estudiantes que precisa correr atrás da máquina.

— Só falarei a escalação na hora do jogo. É um campo reduzido, que favorece quem está habituado com ele. O Estudiantes joga aqui com frequência. A bola parada, arma deles, se reforça. O escanteio mais parece um arremesso lateral de tão perto — reclamou Fossati, apontando para a bandeirinha.

Além do gramado péssimo, também os vestiários são acanhados. O roupeiro Juarez Quintanilha foi checar as banheiras. Ficou feliz: ao menos tinha água. Mas se alguém quiser ir ao banheiro, vai ficar complicado. A higiene não é das melhores.

A favor do mistério no time, está a repentina situação de Nei. O lateral treinou ontem com uma proteção no joelho direito. É dúvida. Se não puder jogar, Glaydson será o substituto.

Abbondanzieri é incisivo. Diante de uma pergunta acerca do esquema mais fechado, nem esperou o microfone, que estava com o repórter, voltar para ele. Já saiu falando, gerando aquele som vazado que denota impaciência ou surpresa.

— Não, não. El profe (é como os argentinos chamam o técnico) não confirmou nada ainda. Ele treinou variações. Não está certo que vamos com um atacante só. Vocês é que estão falando isso — disse o goleiro com toda a educação, olhando fixamente nos olhos do interlocutor.

Em seguida, já com todos os microfones devidamente posicionados perto do seu rosto, o matreiro e multicampeão goleiro jurou:

— Não vamos só ficar especulando, não. Podem apostar nisso.

Sandro não escutou Abbondanzieri falar, mas parecia que tinham combinado até o tom de voz com o colega. Já tomou algumas decisões acerca do seu comportamento no jogo. Uma delas é não sair jogando a todo instante, em razão do gramado irregular e duro. Não será uma partida “para jogar bonito”.

— Jogar para empatar sempre dá errado — afirmou Sandro.

Será mesmo? Só o jogo dirá.

Saiba mais sobre o confronto no gráfico:

 

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