| 14/05/2010 07h33min
Linguagem de fácil assimilação pelos jogadores, leitura precisa do jogo e uma forte dose de carisma. Somados, os três fatores têm sido decisivos para que o técnico Silas transforme o Grêmio no intervalo dos jogos. Voltou a ocorrer na histórica virada contra o Santos.
Também havia sido assim no primeiro Gre-Nal decisivo do Gauchão, no Beira-Rio, e na segunda partida contra o Avaí, depois de um primeiro tempo assustador na Ressacada. O método Silas encanta jogadores e dirigentes.
— Ele é excelente no vestiário. Ao mesmo tempo em que cobra, motiva. Ao mesmo tempo em que é enérgico, sabe aliviar — comenta o presidente Duda Kroeff, com a ressalva de que gostaria de ver o time jogando da mesma forma nos dois tempos.
— Silas nunca perde a serenidade. Isso é decisivo para que o time não volte perturbado — aponta Adilson.
Quando o primeiro tempo termina, a providência inicial é reunir-se em sua sala com os auxiliares Paulo Pereira, que é seu irmão, e João Antônio, cuja estreia como auxiliar ocorreu contra o Santos. Durante sete minutos, tempo em que os jogadores descansam, os três avaliam a partida, a partir das anotações dos auxiliares.
Junto com Paulo Pereira, Silas explica os defeitos ao time, aponta o que precisa ser feito e, em seguida, passa a palavra ao grupo. É raro alguém falar. Apenas os mais experientes, como o goleiro Victor e o zagueiro Rodrigo colocam algumas ideias.
Contra o Santos, Silas alertou para que o time não sofresse o terceiro gol, o que poderia ser fatal. Antes que os jogadores subissem de volta ao campo, parabenizou a todos pela atuação. Disse confiar que o empate viria, tão boa era a produção já àquela altura.
Quando os jogadores caminhavam pelo túnel, foi a vez de o capitão Victor pedir a palavra. O goleiro esquecido na lista de Dunga usou, curiosamente, um exemplo da Seleção para motivar o time. Lembrou que na decisão da Copa das Confederações o Brasil perdia por 2 a 0 e virou.
A aceitação dos jogadores pelo grupo fica clara nas palavras do atacante Jonas, que fez seu 50º gol pelo Grêmio contra o Santos.
— Ele é um cara sensacional. Eu só o conhecia como adversário. Não é daqueles treinadores que chegam berrando no vestiário — elogia.
Para o diretor de futebol Luiz Onofre Meira, pesa a favor de Silas o fato de ser ainda um treinador jovem, cuja carreira como jogador foi encerrada há menos de 10 anos.
— Ele usa a mesma linguagem dos jogadores. O que torna mais fácil sua compreensão.
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