A senadora Ideli Salvatti, pré-candidato do PT ao governo de Santa Catarina, afirmou na noite desta segunda-feira que acredita na ideia da descentralização, embora discorde da forma como atualmente é administrada.

Para ela, o fortalecimento regional é importante para o crescimento de Santa Catarina. Atualmente, são 36 secretarias regionais. Ideli acredita que "16 seria um bom número".

— Não comungamos com a descentralização na forma, mas sim na ideia.

A petista foi a primeira entrevistada na série promovida pelo programa Conversas Cruzadas, da TVCOM, com os pré-candidatos ao governo estadual. Nesta terça-feira, será a vez de Raimundo Colombo (DEM).

Quarta e quinta-feira, é a vez de Eduardo Pinho Moreira (PMDB) e Angela Amin (PP), respectivamente, conversarem com o apresentador Renato Igor e os colunistas políticos do Grupo RBS Moacir Pereira e Roberto Azevedo. Internautas também enviaram perguntas.

O Conversas Cruzadas vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 22h às 23h. A TVCOM pode ser assistida pelo canal 36 da NET ou da Viamax e pela internet no site da TVCOM.

>>> Confira o blog do colunista Moacir Pereira

>>> Leia também o blog do Roberto Azevedo

Primeiro bloco

No início do programa, Ideli ressaltou que a sua candidatura está "consagrada" há mais de um ano dentro do PT. Ela destacou que conta com o apoio do partido porque "está bem" nas pesquisas de intenção de voto.

A senadora respondeu as perguntas relacionadas a alianças e apoios políticos. Disse que da mesma forma "que as portas estão abertas para o PP de Angela Amin, elas estão abertas para o PMDB de Eduardo Pinho Moreira", ambos pré-candidatos ao governo do Estado.

Lembrou de lideranças peemedebistas que apoiam Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à sucessão de Lula, como o prefeito de Balneário Camboriú, Edson Piriquito.

— Vamos fazer tudo que estiver ao nosso alcance para que o palanque da Dilma seja o mais amplo possível e seja, inclusive, suprapartidário, alcançando outras candidaturas — enfatizou.

Segundo bloco

As duplicações das BRs, como a 470 e a 280, abriram a rodada de perguntas no segundo bloco do programa. Ideli afirmou que usou todo o seu poder político para trazer recursos a Santa Catarina. E garantiu para o fim do ano o término da duplicação da BR-101.

— E se sobrar alguma coisa, será residual — prometeu.

Sobre a falta de força política estadual para transformar alguns projetos em realidade, como por exemplo o Aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, a pré-candidata falou que "se isso existe, não é coisa do meu tempo. Temos obras em todos os cantos do Estado". Para respaldar a resposta, citou obras nos portos de Itajaí, São Francisco do Sul e Imbituba.

No segunda parte do Conversas Cruzadas, a senadora também debateu sobre segurança pública.

— Distanciaram (no governo atual) ainda mais o alto escalão de quem faz o atendimento direto à população — criticou.

Segundo a pré-candidata, para resolver esse problema é preciso "encontrar alguma condição de justiça salarial". Ainda sobre segurança pública, Ideli apontou os conflitos entre as corporações como outro problema dentro do sistema. Destacou a "falta de harmonia e integração, principalmente entre a Polícia Militar e a Polícia Civil".

Terceiro bloco

Com base em perguntas da equipe de Política do jornal A Notícia, sediado em Joinville, a pré-candidata adiantou como será o futuro da Escola do Teatro Bolshoi, em Santa Catarina. Lembrou da importância do escola para o cenário cultural do Estado, mas enfatizou que os investimentos para mantê-la precisam ser oriundos principalmente do setor privado.

Sobre os fundos, como o do Turismo e o da Cultura, Ideli disse apenas que precisam ser estudados porque retiram recursos de "obrigações constitucionais". Os critérios de aplicação também deve ser revistos, segundo ela.

Questionada sobre o que governo atual fez que ela não faria, a senadora respondeu "políticas contraditórias com o governo federal. Justificou a afirmação citando a terceirização da merenda escolar, quando o governo federal pede que 30% venha da agricultura familiar de cada estado, o que, segundo Ideli, não acontece em Santa Catarina.

Quarto bloco

Uma pesquisa do Instituto Mapa apontou que a principal preocupação da população catarinense atualmente é com a Saúde. O levantamento foi citado no início do quarto bloco do programa. Segundo a senadora, para resolver os problemas relacionados à área é preciso mais fiscalização, com gastos feitos de "forma racional".

Citou também a importância da criação de mais centros de referências "para atender os casos específicos, e centros regionais para atender os casos mais amplos".

Confira como foi a entrevista: