Eleições | 03/05/2010 21h48min
A presidenciável do PV, senadora Marina Silva (AC), voltou a defender hoje políticas adotadas pelo PSDB e pelo PT à frente do Palácio do Planalto e reafirmou que os partidos deveriam encontrar um "ponto de contato".
Em entrevista ao Jornal da Gazeta, veiculado pela TV Gazeta, a pré-candidata se comprometeu a dar continuidade às conquistas dos governos anteriores e criticou a estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de polarizar as eleições deste ano em uma disputa entre PT e PSDB.
— O Brasil é maior do que o currículo do Fernando Henrique Cardoso e do Lula. É muito mais do que um confronto entre passado e futuro — defendeu a presidenciável.
— Temos de dar continuidade às coisas boas. Continuidade aos avanços sociais do governo Lula, como ele deu continuidade ao Plano Real, do presidente FHC — acrescentou.
Marina se considerou uma pré-candidata "madura" e salientou que é necessário "saber se colocar numa posição que não seja nem vaidosa nem rancorosa".
— É importante preservar o que fez de bom os governos anteriores — completou Marina.
De acordo com a senadora, os eleitores saberão reconhecer os candidatos que têm novas propostas e não vão querer repetir "mais do mesmo". A pré-candidata do PV defendeu que se acabe com a "visão patrimonialista" no Brasil, combatendo a ideia de que quem fez um bom governo "vai transferir como sagrado os votos para outro candidato".
— A história já mostrou que não é assim. As pessoas vão reconhecer quem quer agregar as conquistas, mas olhando para o futuro — ressaltou.
Marina criticou a tentativa do presidente Lula de transformar em plebiscito o debate eleitoral, o que, de acordo com ela, torna o processo eleitoral em "máquina que busca o poder pelo poder". Por conta da polarização da disputa entre PT e PSDB, segundo ela, as legendas buscam formar alianças com os partidos que ofereçam "cargos e tempo televisivo", sem levar em conta as propostas.
— Defendo que os dois partidos tenham um ponto de contato — afirmou a senadora.
— Essa polarização obrigou o PSDB a se unir ao DEM e o PT a fazer acordo com o PMDB — criticou.
Questionada, Marina criticou a saída do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) da corrida presidencial. De acordo com a senadora, foi feita uma "força-tarefa" para tirar o parlamentar da disputa, o que prejudicou a democracia e o leque de candidatos.
— O partido dele, que deveria dar sustentação à sua candidatura, não teve capacidade de compreender que lealdade não significa aderir (a alianças) de qualquer forma — criticou.
A presidenciável disse que ainda não conversou com Ciro depois do anúncio do PSB, mas que pretende fazê-lo em um futuro próximo.
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