Eleições | 01/05/2010 03h29min
Em discurso hoje a prefeitos, vice-prefeitos e vereadores de partidos que a apoiam, na região de Ribeirão Preto (SP), a pré-candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, pregou a continuidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que na próxima década, a partir de 2011, o país deverá iniciar um processo para exterminar a pobreza.
— O presidente Lula construiu a base para isso — disse ela.
No entanto, não entrou em detalhes sobre qual a maneira que poderia colocar o desafio em prática. A ex-ministra da Casa Civil também enfatizou que a próxima década será a de universalizar serviços básicos - saneamento e habitação -, para que o Brasil mude de patamar.
Dilma, acompanhada do pré-candidato pelo PT a governador de São Paulo, Aloizio Mercadante, da pré-candidata do partido ao Senado, Marta Suplicy, e do deputado federal Antônio Palocci, que coordena a sua campanha à Presidência, destacou que pretende iniciar um nova era de prosperidade.
— Queremos que seja permanente, não um voo de galinha, que tenta voar e cai — disse a ex-ministra.
Para ela, o Brasil precisa continuar crescendo de forma estável, contínua e sem regressões. Citou que o país, apontado pelas projeções econômicas internacionais como uma possível quinta potência mundial (atrás de China, Estados Unidos, Japão e Índia, mas à frente de países europeus), com lideranças nos setores petrolífero (com o pré-sal) e de etanol, por exemplo, terá que dar uma boa qualidade de vida ao povo.
Sem fazer críticas a adversários, mencionou que tem uma ideia fixa, que é melhorar a educação, da pré-escola à pós-graduação. Para isso, segundo ela, "os professores precisam de salários dignos e de formação continuada", e que as universidades não podem ser sucateadas.
Pregou ainda a universalização da banda larga de Internet para toda a população e não deixou passar a oportunidade de destacar o presidente Lula, citado com uma das personalidades mais influentes do mundo pela revista norte-americana Time.
— Isso nos honra — disse a petista.
Ela ainda citou a versão do presidente norte-americano, Barack Obama, que disse que Lula "é o cara".
— O problema é que ele (Obama) não sabe que o Brasil tem 190 milhões de caras, então temos que tratar cada cidadão como se fosse 'o cara' — discursou Dilma.
E encerrou afirmando que não faria promessa, mas que tem o compromisso de fazer o melhor.
Repercussão
Mercadante também lembrou da eleição da Time em relação a Lula.
— Temos um respeito internacional que o país jamais teve — comentou o senador, que, caso seja eleito governador de São Paulo, afirmou que pretende rever as tarifas de pedágios que estão sob administrações de concessionárias.
— As tarifas em São Paulo são sete vezes mais caras do que as outras de pedágios do Brasil — disse Mercadante, acrescentando ainda os setores de saúde e educação.
— Quero ser avaliado pela escola que eu vou deixar — discursou.
Antes do encontro com políticos da região (de PT, PMDB, PPS e outros partidos), Dilma passou pela Agrishow, onde subiu em um trator, e também gravou entrevista na TV Clube, afiliada da Rede Bandeirantes.
Ela falou sobre atuações do governo Lula na região e sobre a possibilidade de, caso eleita, investir no aeroporto local e também numa forma de escoar o etanol da região para outros centros.
Deixou para sua coordenação de campanha e para o PT o diálogo sobre o candidato a vice em sua chapa, esperando que a parceria com o PMDB seja consolidada, pois considera uma "aliança estratégica" na disputa eleitoral.
Sobre a saída de Ciro Gomes da disputa, preferiu não fazer comentários.
— É uma decisão do partido dele (PSB), e só reitero que tenho muita admiração e amizade pelo deputado federal Ciro Gomes — resumiu.
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