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 | 13/04/2010 17h08min

Saiba quem é o verdadeiro imortal tricolor



Depois do que aconteceu durante a campanha pela presidência do Clube dos 13, pode-se dizer: poucas vezes a imortalidade tricolor se manifestou de forma tão intensa como na vitória do gremista Fábio Koff sobre Kléber Leite.

Koff é o verdadeiro imortal. Só pode ser.

Não por estar com 78 anos em forma e lúcido. Nem por ter emplacado o sexto mandato em uma entidade ligada ao futebol, ambiente no qual traições e mudanças de lado são corriqueiras. Não são os 17 anos à frente do Clube dos 13 que o tornam imortal.

O presidente que levou o Grêmio ao título mundial em 1983 merece mesmo a alcunha de imortal pelo placar obtido sobre Kléber Leite: 12 a 8.

Conseguir 60% dos votos (o colégio eleitoral era de 20 clubes) é quase um milagre se analisarmos o contexto todo. Kléber Leite não era apenas o candidato da CBF de Ricardo Teixeira. Também a Traffic, empresa cada dia mais influente e poderosa no futebol, estava com Kléber.

Quem compra os jogadores do Palmeiras é a Traffic, que também está no Flamengo. Aqui mesmo, no Inter: Giuliano era quase todo da Traffic. Para ter a totalidade dos direitos sobre ele, foi preciso depositar R$ 7 milhões na conta de J.Hawilla, dono da Traffic.

O próprio Kléber é proprietário de uma importante empresa de marketing esportivo. A Klefer (este é o nome da empresa) comercializa a publicidade estática dos jogos da Seleção Brasileira e nos campeonatos estaduais. Em algumas partidas do Gauchão, no Beira-Rio e no Olímpico, é possível ver placas de propaganda da própria Klefer.

O plano de Teixeira era tomar conta do Clube dos 13 e, depois, fazer o seu sucessor na CBF para chegar ao topo da carreira como dirigente de futebol quando assumir o trono da Fifa em 2011, sua meta principal. Como se vê, não era pouco o que estava em jogo.

O Botafogo pode não ter trocado Koff por Kléber pelo empréstimo de R$ 8 milhões liberado pela CBF para General Severiano. O presidente Maurício Assumpção garante que negociava a ajuda fazia tempo, muito antes da candidatura de Kléber.

A pergunta é: como ele poderia votar contra quem lhe emprestou uma fortuna assim? O Conselho Deliberativo do Coritiba mandou o presidente Jair Cirino, eleitor de Koff, votar em Kléber após a liberação do Couto Pereira.

Enfim: o poder do lado contrário era muito maior. E Koff conseguiu vencê-lo. Foi favorecido pela antecipação da eleição em sete meses, diminuindo a margem de manobra da oposição. É verdade. Mas o fato é que ele conseguiu.

Não é caso típico de imortalidade tricolor?


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