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 | 11/03/2010 05h10min

A última chance de Edu é hoje





 


Edu está errado quando diz que é artificial o descontentamento com o seu futebol. Não é. A decepção não partiu da imprensa e contaminou a arquibancada no Beira-Rio graças à comparação com Nilmar, como afirmou o atacante do Inter.

A impaciência com Edu nasceu na direção. Os dirigentes juram que não, apoiam nas entrevistas, prometem mais tempo para a sonhada readaptação ao futebol brasileiro após uma década na Espanha.

É fato: a direção está quase desistindo dele como futuro grande nome do time. Pelo menos um homem importante — muito importante mesmo — no Beira-Rio me disse isso dias atrás.

Aquela ideia de que ele poderia ocupar o lugar de Nilmar foi murchando a cada atuação apática, sem força e desinteressada. Só uma volta por cima hoje pode mudar a sua situação interna no clube.

Há um clima de decepção entre os dirigentes. Não há como gostar de um atacante que mal chuta a gol no Campeonato Gaúcho contra zagueiros de capacidade duvidosa.

Ao apontar a imprensa como fonte de preconceito ao seu futebol, por conta de uma comparação com Nilmar que prejudicou a sua avaliação junto ao torcedor, o atacante comete uma injustiça. Transfere culpas que são dele para justificar o desempenho abaixo do esperado para um jogador trazido do Betis, da Espanha, cercado de toda a grife possível.

Sem falar que partiu dos próprios dirigentes do Inter a comparação com Nilmar, apontando Edu como um jogador em condições de ocupar o espaço deixado pelo hoje centroavante do Villarreal.

Foram suas atuações medianas que fizeram o torcedor perder a paciência. A imprensa não teve nada a ver com isso.

E o que pode mudar radicalmente um contexto destes? A resposta é: uma boa atuação hoje, no jogo mais difícil que o Inter terá este ano, valendo pontos pela Libertadores fora de casa.

Uma atuação interessada no Estádio Olímpico Atauhalpa, contra o Deportivo Quito, que tenha vitória nas divididas e chutes a gol como se exige de um atacante. Um jogo como o de hoje pode mudar a vida de Edu no Inter. E, por consequência, do próprio Inter, que sofre com apenas Alecsandro na frente, atrapalhando todo o equilíbrio do time. 

Vai depender apenas de Edu. Não da torcida, da imprensa ou da direção. Apenas de Edu.

 


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