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 | 24/12/2009 10h26min

O inexplicável silêncio de Guiñazu

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



Virou novela esta história do Guiñazu. Primeiro, o interesse do São Paulo parecia o boato mais ridículo do sistema solar. No meio da semana, um colega do jornal Diário de S. Paulo ligou perguntando minha opinião. Perguntei sobre valores. De quanto se falava no Morumbi? “Tipo R$ 1,5 milhão, me parece”. Respondi a ele: “O pessoal deve estar doido no Morumbi. Se o Guinazu for vendido por este preço tem impeachment no Beira-Rio. Só pode ser piada”.

Aí passa o tempo e aparece um empresário com uma procuração, assinada pelo jogador, autorizando tratativas com outros clubes. Me surpreendi. Segui achando o R$ 1,5 milhão lá do meu colega jornalista a piada do século, mas abandonei a tese do boato ridículo. Havia algo no ar.

Ontem, em sigilo, acontece uma reunião no Beira-Rio de Fernando Carvalho, o capitão e seus dois empresários, Régis Marques e Fabiano Ventura. Um o representa há bastante tempo, o outro apareceu agora, com a tal procuração. Guiñazu vem correndo de Atlântida, onde passa férias com a família, conversa meio escondido, sai sem dar entrevistas e, na praia, recusa-se a falar. Zero Hora tentou, mas ele não quis.

Se não há nada de novo no Reino da Dinamarca, para que reunião secreta com empresários e o jogador deixando as férias para participar dela? Estranho. Guiñazu não vai sair do Inter. É claro que não. Carvalho prometeu. Mas está na hora de o próprio jogador tomar a frente desta novela, conceder uma entrevista coletiva e encerrar com esta onda de boatos.

Já ouvi toda sorte deles, sempre realimentados pelo silêncio do maior ídolo da torcida colorada na atualidade (e com justiça, diga-se de passagem). Vou listá-los, apenas por curiosidade:

1)      O Inter estaria devendo para Guinãzu. Ele teria recebido promessa de compensação financeira quando não foi para os Emirados Árabes. Irritado, o argentino quis dar um “susto” no Inter.

2)      Interessado em repatriar Tinga para a Libertadores, o Inter estaria tentando lucrar algum dinheiro com Guiñazu. Como ele tem 29 anos, não será mesmo fácil negociá-lo por muitos milhões de euros ao final do contrato, em 2012. A multa rescisória, de R$ 20 milhões, é apenas uma garantia.

3)      O argentino quer aumento. Por uma questão legal, por ser estrangeiro, o seu vínculo precisa ser renovado de dois em dois anos. O compromisso com o Inter termina em 2010, mas já está acertado e registrado novo contrato até 2012. Mesmo assim, seus empresários criaram uma situação para tentar arrumar um reajuste em ano de Libertadores.

Muitos boatos, como se vê. Um desdizendo o outro. E sabe quem pode terminar de vez com tudo isso? Guiñazu. E sabe como? Falando.

Basta uma entrevista contando o que aconteceu, se desculpando se houver algum motivo para isso, esclarecendo eventuais mal-entendidos, reclamando ter sido vítima de fofocas, enfim, dando a sua versão. Mesmo em férias. Do contrário, os boatos seguirão e sua imagem vai ficar arranhada. Só Guiñazu pode acabar com esta novela. Ninguém mais.

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