| 08/12/2009 03h52min
Árbitro da partida em Curitiba, o gaúcho Leandro Vuaden viu de perto a selvageria no Couto Pereira. Ele e seus colegas saíram ilesos. Acompanhe os principais trechos de sua entrevista:
Zero Hora – Durante o jogo temeu que, ao final, houvesse alguma confusão?
Leandro Vuaden – Pelo contrário, jamais imaginei que pudesse acontecer alguma coisa. Até pelo comportamento dos atletas do Coritiba. Eles não demonstraram nenhuma reação contra a arbitragem.
ZH – A invasão refletiu o descontentamento com a arbitragem?
Vuaden – Não, apenas legitimamos o resultado. A revolta ocorreu porque o Coritiba caiu para segunda divisão no ano de seu centenário. Eles enfrentaram a arbitragem, os policiais e a imprensa. Repórteres tiveram de tirar a camisa para não serem identificados.
ZH – Qual foi a sua primeira reação quando viu a
invasão?
Vuaden – Quando eu guardei o apito no bolso, o Paulo Conceição (auxiliar) gritou: ‘Vuaden, eles
estão invadindo!’ Não tive como fugir, de costas me tornaria um alvo fácil. Resolvi enfrentar os primeiros. Um policial me pegou pelo braço e me puxou: ‘Vuaden, vamos sair daqui!’ Sorte que o acesso para o vestiário estava livre.
ZH – Alguém da arbitragem saiu machucado?
Vuaden – Não. Teve o enfrentamento, mas graças a Deus ninguém se feriu.
ZH – Como foi a conversa no vestiário?
Vuaden – Estávamos com a adrenalina a milhão, mas aliviados por estarmos salvos.
ZH – Foi o episódio mais violento que já presenciou na sua carreira? Temeu pela sua vida?
Vuaden – Foi o pior, nunca tinha passado por situação tão delicada. Quando cheguei no hotel e vi pela TV... Meu Deus. Da forma como os policiais apanharam. Nós saímos vitoriosos desta batalha.
Torcedores descontrolados invadiram o campo, armaram-se com objetos e partiram para o confronto com policiais paranaenses
Foto:
Hedeson Alves , EFE
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