| 10/11/2009 09h00min
Na série de torcedores fanáticos pela dupla Gre-Nal, é a vez de Tanise Ilha Chagas. Colorada, ela relembra as emoções edificuldades que passou no primeiro Gre-Nal da sua vida.
Tanise mandou o relato dela para o e-mail esportes@clicRBS.com.br e está tendo a história publicada aqui. Você pode fazer o mesmo. Não esqueça de inserir dados como nome completo, idade, ocupação e um telefone de contato, e de preferência uma foto para ser publicada junto.
Confira:
Em 1997 eu tinha 14 anos, já tinha adotado o Inter como time fazia alguns anos, ido a jogos, mas até então nunca ido a um Gre-Nal. Foi naquele ano que comecei a sentir que o Sport Club Internacional fazia parte de mim e que senti a real magia
do Gre-Nal.
Quarta-feira, 2 de julho de 1997, jogo no Gigante, minha oportunidade de ir
ao estádio por convite da minha madrinha Iara, e assistir a um Gre-Nal, um sonho. A semana que antecedeu foi toda de preparativos e extrema felicidade, até o dia da compra dos ingressos... que não me pergunte onde foram comprados e também nem me lembro por quem, só lembro quando foi dito ao telefone "compramos os ingressos, mas só tinha para a torcida do Grêmio". Logo pensei não passar de uma brincadeira, mas era verdade e ao mesmo tempo que eu estava ansiosa por ir ao jogo, estava desesperada por ter que ficar na torcida adversária.
No dia do jogo tentei trocar o ingresso na frente do estádio, sem êxito. Eu e meu primo ficamos algumas horas tentando a bendita troca que não aconteceu. O negócio então foi tirar a camisa, colocar na mochila e entrar junto com o restante na torcida contrária.
Entrando no estádio, vendo a satisfação de meu primo gremista na sua torcida, aliás, único gremista entre as sete pessoas da minha família que estavam no estádio, me deu um aperto
tão grande no coração que
lembro como se fosse hoje.Um aperto de tristeza e uma desilusão ao pensar que ninguém via que eu era colorada e apenas queria ir na minha torcida. Tentando me conformar, sentei aguardando o jogo começar... foi quando minha madrinha, bendita Iara, me disse:
— Olha ali o "guardinha", bem que ele poderia abrir pra gente passar não é?
Sem pensar duas vezes, me dirigi a ele e já com lágrimas nos olhos, respirei fundo e disse:
— Moço, posso passar para o outro lado? Sou colorada e só consegui ingresso pra torcida adversária.
Nisso ele me olhou e senti que dentro dele também havia um coração alvirrubro. Piscou pra mim e disse:
— Mas passa rápido pra ninguém te ver.
Em uma época em que não precisava deixar duas partes da arquibancada por conta da segurança, passei junto com o restante, até mesmo meu primo gremista, para o lado CORRETO, e foi de lá que vi o Fabiano marcar o gol do Inter, único da
partida, e para compensar minha saga, fomos campeões naquele ano.
Hoje já passei por diversas situações para ir a jogos, já passei por várias emoções de títulos, mas a que dedico meu coração colorado é a essa, que foi a que me despertou para tudo.
Tanise mandou o relato dela após ver no site a charge com a história da colorada Aline Menéndez Dutra.
• Confira a loucura dela na animação:
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