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 | 10/11/2009 03h27min

Por que o gol anulado de Obina virou drama nacional

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



 Diego Vara








Conversei com o árbitro Carlos Simon, alvo da maior polêmica da rodada ao anular o gol de Obina na derrota por 1 a 0 para o Fluminense, tirando o Palmeiras da liderança do campeonato.

Liguei para o celular uma, duas, três vezes, caiu naquela musiquinha chata da secretária eletrônica e, então, me toquei para o bairro Petrópolis. Dei sorte. Peguei o Simon entrando na garagem do prédio, de carro, depois de uma sessão de exercícios. Subimos até o oitavo andar e conversamos na sala.

Para resumir, Simon disse que não errou e anunciou processo por calúnia e difamação contra o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo.

Há três verdades no Caso Simon. Quero ver alguém contestá-las. Vamos a elas:

Verdade 1: Simon errou. Foi mesmo falta EM Obina, e não De Obina. Gol legítimo. Prejuízo para o Palmeiras. Simon pode alegar que bem antes de a bola chegar na área aconteceu o inverso, mas a TV não mostra nada disso. E mesmo com a câmera aberta, do alto do Maracanã, nada indica infração do centroavante. Fica parecendo apenas um álibi impossível de se comprovar, cuja finalidade é escapar de admitir a falha.

Verdade 2: Belluzzo não tem o direito de dizer o que disse de Simon. Não em uma sociedade com um mínimo de civilidade. Não para um economista e intelectual de conduta respeitada. "Canalha", "na gaveta" e "vagabundo" são termos inaceitáveis para o erro de um árbitro em um ambiente profissional, seja ele quem for. A punição a Belluzzo, neste caso, é um dever. Imagine se a moda pega com a conivência do STJD? Daí para a barbárie é um pulo.

Verdade 3: Quando tem paulista e carioca no meio, sobretudo paulistas, nossa, parece que o mundo vai acabar. É o caso, agora. Do jeito que foi a repercussão do erro — grave erro — de Simon, só falta dizer que ele impediu o Palmeiras de ser campeão. E as derrotas para Náutico e Santo André? E o empate com o Avaí em casa? Ora, o Palmeiras poderia ter liquidado a fatura por antecipação não fosse a sua própria incompetência.

Não digo que exista complô paulista. Não entro nessa de paranóia boba. Mas é inegável que o poder do país inteiro se concentra em São Paulo e isto, sob as mais variadas formas, chega ao futebol. Os grandes da capital paulista têm mais força de pressão. É fato. Por isso o gol de Obina virou drama nacional.

Três verdades incontestáveis do Caso Simon. Você não concorda?

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