| 31/10/2009 16h54min
A África do Sul guarda alguma semelhanças com o Brasil. Além de ser um país jovem, tem menos de 200 anos, saiu há pouco tempo de um regime autoritário. Assim como o Brasil pós-Ditadura Militar, ainda tem muito a aprender.
Uma das lições tem sido dada na organização da Copa do Mundo — processo pelo qual nós, brasileiros, também enfrentaremos a partir do ano que vem, quando o Mundial sul-africano chegar ao fim. Muita coisa que foi planejada não sairá do papel, como o trem que ligaria diversas regiões de Johanesburgo. A previsão é que a obra seja concluída daqui a dois anos.
Outra questão é o aumento dos custos das obras de infra-estrutura e de reforma ou construção de estádios. A nova previsão dá conta que o governo terá investido mais de 30 bilhões de randes (R$ 6,64 bilhões) ao final dos trabalhos, em março. O plano inicial de gastos, feito em 2006, havia ficado na casa dos 5 bilhões de randes (R$ 1,11).
A justificativa do Estado para o brutal aumento é a demanda por melhorias de infra-estrutura, de tecnologia da informação, de segurança e de transporte público principalmente no entorno dos 10 estádios que receberão jogos do Mundial. A falta de profissionais especializados para realizar determinadas funções durante as obras também contribui para o aumento de gastos. O governo sul-africano precisou contratar muitos especialistas estrangeiros, na maioria engenheiros, porque os profissionais locais não tinham a mesma capacidade para lidar com a tecnologia exigida pela Fifa nos estádios.
O Brasil é aqui — No princípio, bem antes de os dinossauros desaparecerem da Terra, não havia mares para dividir os continentes (nem existiam os continentes). Assim, Brasil e África eram uma coisa só. Movimentação tectonica para cá, tsunamis para lá, terremotos acolá, e aquela imensa área de terra acabou separando-se.
Questões geopolíticas à parte, no quesito clima
brasileiros e sul-africanos têm muito em comum.
Johanesburgo, por exemplo, pode ser comparada a Curitiba e a São Paulo. Até o fim da manhã, cerração, e frio (hoje pela manhã fez 15° C em Jo'Burg, como dizem os locais), após o meio-dia, sol e um calorzinho bom, na casa dos 23°C. Já ao anoitecer, volta o frio, na primavera, geralmente fica entre os 13° C e os 16° C. Durante a Copa, porém, no inverno, as temperaturas deverão cair a menos de 10° C em Johanesburgo.
Mais ao sul da África do Sul está a Cidade do Cabo, o paraíso turístico do país. É o Rio de Janerio, com suas praias e belezas naturais, porém, sem a violência gerada a partir da guerra do tráfico.
Ah, os jacarandás — Parece mentira, mas, algumas ruas de Johanesburgo lembram Porto Alegre. Não pela limpeza nem
pelos cartazes anunciando os jogos de críquete no Wanderes Golf Club,
mas pelas árvores. Há milhares de jacarandás espalhados pela cidade. Grandes e de de folha lilás, como manda a primavera.
O curioso é que eles foram trazidos justamente do Brasil. Foi assim: no começo do século 19, o governo sul-africano pediu ao botânico Hibert Cilles que buscasse em outros países ávores para embelezar a nova cidade — que vivia a sua fase inicial da corrida do ouro. Cilles já conhecia o Brasil e lembrou da beleza dos jacarandás — que aqui também são chamados de jacarandás — florescendo na primavera. Tratou de importar milhares de mudas, que resistem até hoje em Johanesburgo. Não é á toa que a cidade sul-africana possui a maior floresta urbana plantada pelo homem. São mais de um bilhão de árvores catalogadas pela prefeitura.
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