| 21/10/2009 07h20min
Ser colorado nos anos 90 não era fácil. Foi uma década inegavelmente gremista. Além dos maus resultados do Inter, o Grêmio empilhava títulos nacionais e internacionais. Por isso, para muitos torcedores, o ano de 1997 era um bálsamo. Aquele time, comandado por Celso Roth, com Fabiano e Christian no ataque e Arilson e Sandoval nas meias, conseguia vitórias impensáveis para a época, como a goleada de 5 a 2 no clássico disputado em uma tarde de agosto, no Estádio Olímpico, válido pelo Campeonato Brasileiro, assim como o do próximo domingo, no Beira-Rio.
Logo aos dois minutos, o Inter abriu o placar. Enciso cruzou e Christian, sempre ele, estava lá para
cabecear. Porém, ainda no primeiro tempo, uma
confusão tirou do time sua referência. Christian estava expulso.
— Nosso grupo era muito unido. Se tocar em um, tocou em todos. Quando deram uma entrada no Enciso, fomos todos para cima. Em Gre-Nal a chapa esquenta mesmo, aí no empurra-empurra o juiz acabou dando vermelho direto para mim e para um jogador do Grêmio — lembra o centroavante.
Também na etapa inicial, Danrlei sentiu uma lesão e foi substituído por Murilo. No entanto, não seria uma boa oportunidade para o goleiro reserva, que acabou sofrendo quatro gols e ficando marcado.
— Até hoje me perguntam sobre este jogo — suspira Murilo.
Por outro lado, Christian lembra com carinho daquele dia. Ele saiu da partida ainda no início, mas deixou em campo um parceiro inspiradíssimo:
— Foi um dos melhores momentos que eu vivi. Sem dúvida nenhuma fica guardado para o resto da minha vida aquela tarde de domingo. Jogamos muito. Depois das expulsões, abriu. Aí
apareceu a estrela do velho e louco Fabiano, que resolveu o jogo
para nós.
Resolveu mesmo. Entrava pelo lado esquerdo da defesa do Grêmio e fazia o que queria. Corria, driblava, humilhava. Assim, marcou dois gols e fez a jogada de mais dois, para perplexidade da maioria gremista no estádio. E também para euforia dos colorados, que voltavam a ter uma grande alegria com seu time.
Com a simplicidade que sempre o caracterizou, Fabiano admite que teve sua tarefa facilitada por Hélio dos Anjos:
— Ficou fácil jogar. O time do Grêmio não botou ninguém para fechar por aquele lado e eu vi que estava fácil. O técnico deles (Hélio dos Anjos) até ficou brabo comigo porque eu falei isso quando eu cheguei no banco e um repórter ouviu, mas não foi por mal.
Aliás, o que Fabiano foi fazer no banco? Apesar do show, ele foi substituído no segundo tempo.
— Ah, ele (Celso Roth) disse que queria fechar um pouco mais o time, administrar o resultado. Você nunca vai entender a cabeça de treinador,
né... Eu queria ficar em campo para fazer mais gols —
diverte-se Fabiano.
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