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 | 19/10/2009 04h21min

No Gre-Nal da vergonha, ganha a defesa menos frouxa

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



A pergunta interativa do Bate Bola de ontem, na TVCOM, era a seguinte: quem chega em melhor situação ao Gre-Nal? Dureza de dizer. Os dois estão jogando um futebol ruim, cheio de passes errados, pouca velocidade e dribles raros. Quando chegou a minha vez, disse que tratava-se de escolher o menos pior.

Pode-se dizer que no domingo teremos o pior Gre-Nal dos últimos tempos.

Claro que digo isso antes, assumindo todos os riscos. Lembro de um Gre-Nal de reservas, empate em 0 a 0, no final dos anos 90, que tinha tudo para ser um convite ao suicídio e tornou-se um jogo empolgante. Os reservas entraram em campo decididos a mostrar serviço e fez-se a guerra.

A história de uma partida, ainda mais no caso de um clássico centenário, se recria ali, na hora, com elementos novos capazes de subverter todos os anteriores. Quem não sabe disso? Você sabe, eu sei, todos os gaúchos sabem.

Mas não dá para negar que um sentimento de vergonha constrange os dois lados. O futebol gaúcho, que sempre se orgulhou de construir defesas hermeticamente fechadas, na base da velha e inconfundível pegada, hoje é frouxo.

Você, gremista, responda com sinceridade: quantas vezes Victor impediu derrotas graças ao seu talento individual? Ontem, o 2 a 0 sobre o Coritiba outra vez teve o aval do goleiro craque. Como o novo Grêmio agora joga sem fazer faltas, os atacantes batem a todo instante na porta de Victor sem serem incomodados. Sobra sempre para ele fechá-la. Sozinho.

O Inter leva gols de todo jeito. Pelo alto, então, chega a ser piada. Foram assim os dois no empate em 2 a 2 com o Fluminense. E também antes, no empate diante do Atlético-PR. Dá para abrir um colchão e tirar uma soneca na área do Inter. Quando os zagueiros perceberem, amanheceu e você já foi embora.

O Grêmio chega ao clássico sem ter habitado uma única vez o G-4. Com os jogadores que tem, alguns trazidos do Exterior a peso de ouro, como Maxi López, Rochemback, Souza e Lúcio, e mais um treinador de fama internacional, caso de Paulo Autuori, é quase impossível acreditar que o Grêmio habite apenas o limbo da tabela. Já não é tão absurdo imaginar o fim do campeonato com o seu pior desempenho fora de casa. Por enquanto, o Grêmio só bateu no Náutico longe do Olímpico. E novembro vem aí.

O Inter chega ao clássico depois de cometer todos os erros possíveis em uma temporada. Trocou de técnico, produziu brigas no vestiário, vendeu jogadores importantes (Nilmar e Magrão) enquanto seus adversários diretos se reforçavam, passou a mudar de esquema como quem muda de roupa e, mais recentemente, até treino andou desmarcando em cima da hora. Quando tem a chance de se aproximar do líder Palmeiras, ajudado rodada após rodada por tropeços dos inimigos, vai ao Maracanã com três zagueiros e três volantes. Isso para enfrentar o Fluminense, que deve ter pensado como seria se, em vez de lanterna, estivesse brigando pelo título.

Chega a ser sacrilégio chamar alguém de favorito antes de um Gre-Nal desses. Cruzes.

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