Cabe ao técnico Paulo Autuori, a partir de hoje, evitar que a crise de relacionamento entre Tcheco e Souza, escancarada ontem, na chegada de São Paulo, contamine todo o vestiário.

Ao rebater a crítica do capitão, que cobrou, após a derrota para o Barueri, um time mais aguerrido, Souza o acusou de jogar o grupo contra a torcida. Preocupado, o vice de futebol Luiz Onofre Meira prometeu esforçar-se para harmonizar a situação.

A polêmica envolve os dois líderes mais fortes do grupo. Souza foi direto ao admitir que as declarações de Tcheco haviam criado um clima ruim entre os jogadores. Para não expor o grupo, em nome do qual dizia falar, diz que costuma fazer suas reclamações internamente:

– Não é assim que se resolvem as coisas. O homem tem que chegar e falar na cara. Homem não é aquele que aponta no meio de todo mundo. É aquele que fala nos olhos.

Questionado se o alvo de suas declarações era Tcheco, desconversou:

– Para bom entendedor, meia palavra basta.

Tcheco permaneceu isolado durante a viagem, incluída a espera no aeroporto. No trajeto São Paulo-Porto Alegre, ficou longe dos outros jogadores. No desembarque, também pareceu pouco à vontade. Sua única declaração foi feita rumo ao ônibus da delegação:

– Como vou ficar contente? Me vejo cada vez mais longe do título. Logo eu, que já sou marcado por não ter títulos. Só o que pedi foi um pouco mais de atitude e vontade nas divididas.

Não é o primeira vez que uma derrota fora de casa provoca bate-boca público. Depois de perder para o Vitória, Souza repreendeu Maxi López por ter declarado que o time precisava ser mais ofensivo. O argentino também foi lembrado por Tcheco após jogo contra o Avaí. Sem citar nomes, o capitão reclamou ser o responsável pelas derrotas e os “bonitinhos da torcida” pelas vitórias.

Meira nega crise e destaca que todos os jogadores têm liberdade de expressão. Os dois poderão ser convidados a participar da reunião de avaliação sobre o desempenho do time, marcada para hoje.