O chefão da Fórmula-1, o britânico Bernie Ecclestone, relativizou suas polêmicas declarações sobre Adolf Hitler e seus comentários depreciativos sobre a democracia, e disse que tudo foi "um grande mal-entendido".

— Na entrevista, falamos de estruturas e, às vezes, pode acontecer que tratemos sobre algo de maneira livre e sejam tomadas decisões. É quando me perguntaram se conhecia ditadores — afirma Ecclestone, em declarações publicadas hoje pelo jornal alemão Bild.

Ecclestone acrescenta que não foi sua intenção citar Hitler como exemplo positivo, "mas simplesmente indicar que, apesar de seus terríveis crimes, atuou com sucesso contra o desemprego e a crise econômica". O chefão da F-1 ressalta que nunca teve a intenção de "ferir os sentimentos da comunidade. Muitas pessoas do meu estreito círculo de amizades são judeus. Todos os que me conhecem sabem que nunca atacaria uma minoria".

Em uma entrevista ao jornal The Times no sábado, o multimilionário britânico havia criticado os políticos atuais por sua fraqueza, elogiando as virtudes das lideranças fortes. Segundo o chefão da F-1, a democracia "não fez muitas coisas boas para muitos países, incluindo este" (o Reino Unido).

— Embora dizer isso possa ser terrível, à margem de que Hitler se deixasse levar em um determinado momento e fizesse coisas que não sei realmente se queria fazer ou não, o certo é que estava em posição de mandar em muitos e conseguir com que se fizesse coisas. No final, se perdeu, portanto, não foi um bom ditador, porque ou sabia o que estava acontecendo (a seu ao redor) e insistiu nisso ou simplesmente transigiu — acrescentou Ecclestone.