Por enquanto, Douglas Costa, 18 anos, só é assunto nas redações de jornais ingleses como o The Times, que veem no meia do Grêmio o sucessor de Cristiano Ronaldo no Manchester, vendido ao Real Madrid. No clube de Sir Alex Ferguson, não existe avaliação definitiva sobre o potencial do jogador, escalado para amanhã, contra o Sport, em Recife, partida em que Paulo Autuori poupa os titulares.

A explicação para a desinformação é óbvia. Com exceção dos jogos pelas seleções brasileiras de base, Douglas raras vezes foi visto em ação.

– Tenho observado apenas na medida do possível. Mas, nos últimos quatro meses, ele pouco jogou. Desconheço que algum negócio esteja sendo feito – informa, de São Paulo, o inglês John Calvert, que há nove anos atua como olheiro oficial do Manchester United no Brasil.

Calvert reconhece que Douglas, a exemplo de Talles, do Inter, teve boa participação no Sul-Americano sub-20, realizado no início deste ano, na Venezuela. Considera, porém, que a impressão causada pelo meia gremista na competição é insuficiente para justificar uma oferta de 20 milhões de libras (R$ 64 milhões), valor divulgado esta semana pelo The Times. Citado na reportagem, Calvert desmente ter sido sido consultado.

– É um jogador habilidoso, tem velocidade. Mas há muita diferença entre isso e uma proposta tão alta.

O informante não vê sentido na comparação entre Douglas e Cristiano Ronaldo, feita domingo pelo jornal inglês:

– Quem diz isso não entende de futebol. Para começar, Douglas Costa tem 1m70cm e Cristiano Ronaldo, 1m86cm.

Contratado em janeiro de 2008 para atuar no time B do Manchester, o volante Rodrigo Possebon, ex-Inter, disse não ter ouvido comentários sobre Douglas Costa antes de vir passar férias em Canoas. Promovido em maio para o grupo principal, o jogador diz ser bem possível que o clube inglês tivesse enviado observador a Porto Alegre. Foi baseado em relatos de Calvert, feitos durante uma Copa Nike sub-15, que o Manchester descobriu Possebon.

Para Autuori, só falta a Douglas Costa melhor noção tática:

– Às vezes, jogadores que saem daqui são submetidos na Europa a um longo período para ganhar maturidade tática. É o que estamos tentando antecipar com Douglas nesse momento, com muita conversa.