| 28/05/2009 19h34min
O número de usuários de crack cresceu mais de 80% em 2009 no RS. No passado, a Secretaria Estadual da Saúde divulgou que 30 mil gaúchos eram usuários de crack. Em 2009, quase um ano depois do anúncio, o número saltou para 55 mil pessoas. A previsão é de que o número aumente para 300 mil nos próximos anos.
Se a quantidade de usuários da droga aumentou, as vagas em hospitais para tratamento não seguiram a mesma velocidade. Se todos os usuários ocupassem os leitos disponíveis, faltariam vagas. Por isso, a previsão de investimento do Estado nesta área aumentou dez vezes para este ano, podendo chegar a 13 milhões de reais. Nas clínicas particulares, 70% dos atendimentos são de dependentes desta droga e a recuperação é de apenas três em cada cem casos.
Além disso, 80% das prisões relacionadas ao tráfico no Rio Grande do Sul têm sido flagrantes com venda de crack. Há três anos houve uma explosão da droga no Estado, tornando-se uma epidemia, como destaca o delegado Bolivar
Llantada, da delegacia de
Homicídios e Desaparecidos.
— O crack é uma droga que veio para dizimar a sociedade. Nós já tivemos usuários que ficaram dois, três, cinco dias numa boca de fumo, consumindo drogas. Um rapaz entregou a sua aliança de casamento, o seu celular e a roupa do corpo por causa do vício.
Inicialmente, a droga entrou pela Serra, em Caxias do Sul, há cerca de seis anos, e um ano e meio depois chegou à Capital e todo o Estado. Com o número de usuários, aumentaram as apreensões no Estado: 45 mil pedras de janeiro a março deste ano. Para a polícia, o crack está por trás de vários outros problemas da sociedade gaúcha, como o desaparecimento de pessoas e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Também houve elevação do número de assassinatos envolvendo o crack. Só na Capital, neste ano, a droga está por trás de 80% dos homicídios.
Veja o site da campanha Crack, nem
Pensar.
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