O debate sobre o teto orçamentário entre a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e as equipes da Fórmula-1 continua. Um dia depois de ser anunciada uma reunião da cúpula da Ferrari para decidir se a escuderia continua na categoria em 2010, o diretor-técnico da entidade máxima do automobilismo mundial Tony Purnell acredita que um acordo pode ser alcançado. As informações são do GloboEsporte.com.

– Sempre que mudanças foram impostas os times criaram um “Armageddon”: parque fechado (as equipes não podem fazer ajustes nos carros entre a classificação, no sábado, e a corrida, no domingo), congelamento dos motores (os motores não podem ser desenvolvidos, para diminuir custos), troca dos propulsores V10 (usados até 2005) pelos V8 (de 2006 para frente), Kers (Sistema de Recuperação de Energia Cinética)... Em cada alteração teve quem disse que a Fórmula-1 acabaria. Essas experiências fizeram com que a FIA ficasse forte a toda essa histeria. As pessoas não gostam de mudar – afirmou Purnell em entrevista à revista Autosport.

Além da Ferrari, a Toyota e dono das equipes Red Bull e Toro Rosso, Dietrich Mateschitz, já se manifestaram contrários ao limite de gastos e também contra o regulamento que privilegiaria as escuderias que estiverem dentro do orçamento de 40 milhões de libras (cerca de R$ 130 milhões).

O diretor-técnico da FIA garante que ele e Bernie Ecclestone conversaram com as equipes durante o GP da Espanha e diz que as mudanças são para atrair novas equipes e não prejudicar as que já estão na categoria.

– Estou otimista. Nós queremos atrair novos times e eu acho que se tivéssemos colocado um valor ainda mais alto as equipes que querem entrar desistiriam. Então não podemos perder de vista a meta, que é atrair novos times. Por outro lado, existem as montadoras querendo cortar custos. Bem, a FIA é a reguladora e temos de ver o quadro geral. É hora de tomar decisões difíceis – disse.

Purnell garante que o regulamento para 2010, que até agora dá vantagens técnicas às equipes que aceitarem o valor sugerido pela FIA, pode se tornar único.

– Certamente, se todas as equipes da Associação dos Times da Fórmula-1 (Fota) acreditam que dois regulamentos (um para quem seguir o teto orçamentário e outro para quem não adotar) é errado, então vamos convidá-las para seguir o mesmo caminho. Problema resolvido – encerrou.