| 08/01/2009 03h57min
O treino de dois toques do Inter transcorria fazia 10 minutos ontem à tarde quando um lance chamou a atenção. Cercado por dois marcadores, na lateral do gramado da Associação Geremia, em Bento Gonçalves, o meia Marinho esbanjou técnica e se deu bem.
Com um giro de corpo, o ex-jogador do Fluminense saiu do alcance dos adversários e passou a bola para um companheiro. O suficiente para ouvir gritos de elogios de quase todo o grupo. Um, porém, se destacou:
– É isso aí, Marinho, vamos embora! – berrou Taison.
O exemplo acima expõe um perfil pouco conhecido do atacante revelado no Brasileirão 2008. Prestes a completar 21 anos, no próximo dia 17, Taison é a referência para o grupo de jovens atletas que pretendem se firmar no profissional.
Os zagueiros Wagner, 19 anos, e Danilo Silva, 22, o volante Paulinho, 19, o meia Wagner Libano, 19, e os atacantes Eder, 19, e Talles Cunha, 19, encaram a pré-temporada como a chance de subir das
categorias de base. Como Marinho, 18 anos, que veio do
Fluminense, e se credencia para um tratamento especial.
– Sei como é difícil se firmar no time de cima. Por isso, tento ajudar. O segredo é ser a mesma pessoa – ensina Taison, que age como se fosse o tio da gurizada.
Marinho gostou do apoio. Após o inventivo, arriscou lances de efeito diante dos poucos torcedores.
Afinal, no treino da tarde, os jogadores tiveram o primeiro contato com a bola – o trabalho da manhã foi apenas físico. Ele entende que toda a ajuda é válida nesta hora de adaptação, quase sempre difícil para quem troca de clube:
– Isso facilita, me deixa à vontade. Lá do Rio de Janeiro, acompanhei a trajetória do Taison. Ele é um vencedor – retribuiu Marinho.
Com apenas um dia de trabalho na Serra, o entrosamento da dupla ainda vai melhorar. Os dois admitem que, pelos primeiros contatos, vai acabar em amizade. Mas agora o pensamento é na preparação para o ano. Mesmo assim, Taison entra na
brincadeira:
– Posso ajudar, mas não sou tio de ninguém. Não sou
tão velho assim. Deixo isso para os mais experientes.
Só conversa não adianta, é preciso dar exemplo
Taison talvez estivesse se referindo a Índio. Aos 33 anos, o zagueiro curte sua quarta pré-temporada de Inter. E explica como auxilia os novatos.
– Deixo claro que somos todos iguais. Não há diferenças, somos um grupo só – discursa.
Álvaro, outro zagueiro e um dos líderes do grupo, é da filosofia de que só conversar não adianta. É preciso, segundo ele, dar exemplo.
– Dentro e fora do campo. Só assim eles têm um bom caminho a seguir – defende.
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