| 06/01/2009 08h07min
Enquanto o fax do Lecce (ITA) não chega à mesa do presidente Vitorio Piffero, Edinho continua sendo o capitão do Inter no ano do centenário. E, é claro, alvo de muitas críticas e alguns elogios, como ele próprio explica:
– Não adianta. No 4-4-2 é preciso um volante marcador, forte. Alguém para fazer o trabalho sujo.
Mais antigo do time principal, Edinho já conquistou oito títulos, o último deles em dezembro, quando levantou a taça da Sul-Americana. Mas desde que estreou em 2003, nunca foi unanimidade. Longe disso. Um episódio no início do Gauchão de 2006 o marcou. Na época, Abel Braga mantinha o mistério sobre quem seria o primeiro volante da equipe: Edinho ou
Perdigão.
– Eu saía do banco para aquecer e a torcida me vaiava –
lembra.
Então com 23 anos, Edinho admite que era ansioso demais. Achava que precisava sempre tocar na bola, participar das todas as jogadas. Até por isso aumentou as horas de treinos específicos de passe com o então auxiliar Robertinho.
O que o fez superar o momento ruim, porém, foi uma conversa com a mulher Michele. Ao ver o marido chegar em casa em mais um dia de condenação pública, ela falou: “Ou você se entrega, ou mostra para todas essas pessoas que elas estão erradas”.
Volante conta passes certos e errados
O resultado do conselho de casa foi imediato: em 2006, Edinho terminou o ano entre os 10 melhores passadores do Brasileirão. De lá para cá, vieram a Libertadores, o Mundial, a Recopa, o Gauchão 2008 e a Copa Sul-Americana. Além de Abel, passou pelo comando técnico de Gallo e Tite. Todos o mantiveram como titular.
Edinho é o seu próprio computador quando está em jogo. Ele mesmo trata de
memorizar os passes certos e errados. Procura avaliar seu desempenho para
depois comparar com o que a crítica diz ou escreve. O sogro, seu Etti, o ajuda na missão e anota os números em casa, pela televisão.
– Às vezes ouço as pessoas falarem depois de um jogo: “O Edinho não acertou nenhum passe”. Mesmo que tenha acertado todos – reclama.
A crítica intensa, que poderia servir de motivação para fazer Edinho torcer por uma transferência, não o incomoda mais. Agora, espera que a negociação com o Lecce seja finalizada, embora a permanência no Beira-Rio não seja mais frustrante.
No Inter, é querido pelos funcionários e companheiros. Na rua, quando vai pagar as contas em um banco ou jantar em um restaurante, recebe elogios e carinho dos torcedores. Inclusive dos gremistas, conta.
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