| 28/12/2008 14h46min
Clube mais rentável do Brasil em 2007, com quase R$ 19 milhões de lucro, o Inter acredita que pode ter repetido ou até mesmo superado esse desempenho em 2008. O balanço deste ano ainda não foi concluído, mas a direção tem certeza que fechará o ano no azul. E, nesse caso, a cor do rival representa algo bom.
— Com certeza vamos encerrar o ano de uma forma positiva – garante o vice-presidente de finanças, Pedro Antônio Affatato. — Mantemos a mesma política do ano passado e tivemos uma suplementação de verba — acrescenta o dirigente.
A verba suplementar a que Affatato se refere foi obtida com a venda de jogadores. Fernandão (Al-Gharafa-CAT), Renan (Valencia-ESP), Sidnei (Benfica-POR) e Wellington (Hoffenheim-ALE) renderam quase R$ 35 milhões aos cofres do clube. O que ajudou a receita prevista subir de R$ 80 para quase R$ 120 milhões.
Foi esse montante que possibilitou ao Inter bancar a permanência do atacante Nilmar, negando ofertas de
clubes europeus, e trazer reforços de
peso como D’Alessandro. Contratado em parceria com o Grupo Sonda, o argentino custou quase R$ 17 milhões. Também chegaram jogadores como Daniel Carvalho, Rosinei e Bolívar, entre outros.
O bom resultado obtido nos últimos anos deixou o Inter bem próximo do modelo de gestão com o qual o clube pretende trabalhar nos próximos anos. O objetivo é subsidiar o futebol com recursos próprios, sem a necessidade da venda de jogadores. Ou seja, os craques devem permanecer no Beira-Rio por mais tempo.
— Hoje temos uma estrutura de arrecadação que cobre quase que totalmente o custo operacional do clube. Não precisamos mais vender atletas para poder sobreviver. Encaramos a venda de jogadores como um negócio — afirma Affatato.
Para que esse sonho se torne realidade, o Inter conta com a fidelidade de seu quadro social. Atualmente, os cerca de 80 mil sócios depositam nos cofres do clube cerca de R$ 2,5 milhões por mês. A meta para 2009, ano do centenário
colorado, é aumentar o quadro social
para 100 mil torcedores e elevar essa receita para mais de R$ 3 milhões mensais.
Mas é no patrimônio que o Inter deposita as fichas. Os planos são ousados: o clube quer subsidiar o futebol com o Beira-Rio. Por isso, tem investido forte no estádio, com a reforma de camarotes e suítes, por exemplo. Só o estacionamento garante uma renda anual superior a R$ 1 milhão. A remodelação será feita com recursos do próprio clube.
— Nessa fase inicial, a gente quer pagar o investimento com o aumento da receita. Para o futuro, acreditamos que podemos subsidiar o futebol como um todo. Esse é o nosso objetivo — revela o dirigente.
Com um passivo trabalhista praticamente zerado, a única preocupação do Inter é com o fracasso da Timemania. A loteria criada pelo governo federal para ajudar os clubes a saldarem suas dívidas fiscais com a União não atingiu o resultado esperado no primeiro ano de vida. O ministro do Esporte, Orlando Silva, estuda mudanças para
2009.
Mas seja qual for o futuro da
Timemania, os colorados têm motivos para ficaram otimistas. No ano em que completará 100 anos de vida, o Inter terá dinheiro em caixa para organizar uma grande comemoração e, principalmente, investir no futebol. E soma de dinheiro em caixa mais craques em campo quase sempre dá no mesmo resultado: títulos.
— Apesar da crise mundial, a gente uma perspectiva muito boa para o ano do nosso centenário. Principalmente porque a gente se preparou para isso. A gente fez um trabalho muito forte na área de marketing, do quadro social, etc. Temos receitas que nos garantem certa estabilidade — encerra Affatato.
Dinheiro da venda de jogadores, como Fernandão (D), garantiu permanência de Nilmar (E) e Guiñazu
Foto:
Fernando Gomes
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