| 22/10/2008 02h50min
A turma mudou. O Boca Juniors reencontra hoje à noite no Beira-Rio um Inter que ascendeu na vida e conquistou a América e o Mundo. Passaram-se quatro anos desde aquele encontro em 2004, mas foi como se fossem 20. As duas equipes se enfrentaram pela primeira vez em 1° de maio de 1957, nos Eucaliptos.
O próprio ambiente no Beira-Rio na véspera do jogo denota as mudanças. As entrevistas com os jogadores são concorridas — e coletivas. A informalidade de outros tempos desapareceu. É preciso o assessor de imprensa José Evaristo Vilallobos separar: primeiro só as rádios; depois, as TVs; por último, os jornais. O estacionamento do Beira-Rio mais parece uma feira de automóveis. Há até um Pontiac Solstic conversível. Está ao lado de uma BMW, também conversível, e de uma variedade de caminhonetes importadas. É difícil encontrar um carro nacional por ali.
Confira a escalação de Inter e Boca Junior:
Os números do clube cresceram em projeção geométrica. Em 2004, eram 10 mil sócios. Hoje, são 80 mil. Naquela época, o Inter festejava os R$ 980 mil embolsados com a classificação à semifinais da Copa Sul-Americana. Hoje, só os sócios garantem R$ 2,1 milhões mensais ao clube. É claro que circular nas altas rodas custa caro. O quadro social cobre só dois terços da folha salarial, engordada por estrangeiros, repatriados e dois jogadores da Seleção Brasileira.
Argentinos agora enfrentam um grupo campeão mundial
O custo é alto, mas dá retorno. O assessor de futebol, Fernando Carvalho, festeja a contratação de D’Alessandro, pela visibilidade no continente. Há
ainda Nilmar, por quem o clube recusou 15 milhões de euros em agosto,
Alex, Daniel Carvalho, Bolívar. O Mundial em Yokohama colocou o time no noticiário. Carvalho conta orgulhoso uma conversa com jornalista de revista inglesa em Mônaco, de onde volta hoje depois de participar, pelo Clube dos 13, de feira mundial de eventos esportivos. Ao ser apresentado como ex-presidente do Inter, ouviu da repórter o que tocou como sinfonia em seus ouvidos:
— Inter? Conheço, é o clube que ganhou do Barcelona no Japão.
A mudança dentro de campo é gritante. Em 2004, o time apostava em Álvaro, Wellington e Marabá para segurar o Boca. Hoje, ataca o Boca com Nilmar, Alex e D’Alessandro. A cena de Chiquinho tirando foto antes do treino na Bombonera resume o deslumbramento daquela época. O zagueiro Bolívar e o volante Edinho, reservas naquele jogo, admitem a fascinação. O meia Alex, de fora naquela partida por lesão, é o exemplo mais vivo do crescimento do clube.
— Hoje, nos vêem hoje de forma diferente. Não só o Boca. O Inter
conquistou respeito — avisa.
Veja desembarque do Boca Juniors
O meia-atacante Taison brincou com a máquina fotográfica e tirou fotos de companheiros no pátio
Foto:
Diego Vara
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