| 20/10/2008 04h22min
Às 18h02min de sábado, após o rápido escrutínio dos 5.365 votos na sala do futebol de mesa do Ginásio David Gusmão, e a confirmação da sua vitória sobre Antônio Vicente Martins, Duda Kroeff olhou para o alto, apontou a mão esquerda para cima e, com os olhos marejados, disse:
– Vamos lá, pai. Não me abandona agora.
O emocionado pedido foi feito a Fernando Kroeff, pai de Duda e patrono do Grêmio, falecido aos 78 anos de idade, em 1997. Aos 53 anos, Fernando Antônio Kroeff comandará o Grêmio a partir de 2009. Exatos 50 anos após seu pai ter sido escolhido patrono do clube. Pai de seis filhos e orgulhoso avô de Lorenzo, três meses, nascido em Barcelona, onde Fernando Kroeff Neto, 30, o filho mais velho de Duda joga no meio-campo do Rubi, da quarta divisão espanhola, e dono de fazendas de arroz e gado, em Tapes e Pelotas, ele promete dedicação integral ao Grêmio. O novo presidente recebeu ZH em seu apartamento, no bairro Bela Vista. A noite anterior foi mal
dormida.
Domingo, passou o
dia em casa, com a mulher, Luciana, os filhos Sofia, 10, Alexandre, dois, e a cadelinha lhasa apso Kelly. A partir desta segunda, começará a definir com o atual presidente Paulo Odone como será a transição. Mas de uma coisa Duda não abre mão: manter Celso Roth para a Libertadores.
Zero Hora — Como foi acordar presidente do Grêmio?
Duda Kroeff — Foi legal. Meus vizinhos me cumprimentaram, algumas pessoas também me reconheceram na rua. Realizei um sonho. Sempre pensei que um dia chegaria à presidência do Grêmio.
ZH — Quais seus planos para a disputa da Libertadores?
Duda — O André Krieger (vice de futebol) é a primeira contratação. Mas quero manter Celso Roth, mesmo que ele não ganhe o Brasileirão, e segurar o Douglas Costa. O Celso está maduro, precisa continuar o trabalho. O Douglas só sairá se alguém pagar a multa (R$ 80 milhões). Aí, não há o que fazer. Precisamos comprar o
Réver ao final do ano (por R$ 500 mil ao Paulista).
ZH — Para ganhar a Libertadores é preciso contratar argentinos, uruguaios ou paraguaios?
Duda — Só se fosse o Messi (risos). Eles não são fundamentais para uma Libertadores.
ZH — O Grêmio foi convidado para disputar a Copa Dubai, em janeiro. Por que não irá?
Duda — Não iremos porque o Inter foi e comprometeu a pré-temporada. Sofreu o ano inteiro com o preparo físico. Não podemos comprometer a Libertadores indo a Dubai.
ZH — A dívida do Grêmio de R$ 138 milhões no total (R$ 30 milhões a curto prazo) pode comprometer os investimentos para 2009?
Duda — Espero que não. Quero reduzir a dívida de curto prazo à metade em dois anos.
ZH — Como ficará a construção da Arena?
Duda — Quero começar logo esta obra. Odone é o mais indicado para
assumir a Grêmio Empreendimentos (que gerenciará a Arena desde a construção). Mas ele precisa decidir se quer assumir este
compromisso.
ZH — Você foi eleito por causa de Fábio Koff?
Duda — Fui eleito com o apoio dele, não por causa dele. Se eu fosse um desqualificado, ele sequer me apoiaria. Koff (que apoiou Duda) e Odone (que fez campanha por Vicente) foram expoentes da campanha porque são mais conhecidos do que nós dois. Foi algo natural.
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