| 02/10/2008 09h57min
Na Copa do Mundo de Futsal, que segue até dia 19 no Rio de Janeiro e em Brasília, os brasileiros entram em quadra todos os dias. São pelo menos 38 jogadores do país na disputa – o suficiente para montar sete equipes titulares –, mais da metade a serviço de outras seleções. Para se ter uma idéia, toda a seleção italiana (14 atletas) é formada por jogadores nascidos no Brasil.
Há brasileiros naturalizados em sete seleções: Espanha, EUA, Itália, Japão, Paraguai, Portugal e Rússia. Tem brasileiro até no comando dos adversários: Farinha é o técnico da China, e Sérgio Sapo, do Japão.
Trata-se de uma repetição – talvez em maior escala – do fenômeno que ocorre no futebol de campo. No futsal, o número de brasileiros que desembarca no Exterior aumenta a cada temporada. Segundo dados da Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS), até o dia 25 de setembro deste ano foram realizadas 97 transferências, 14 a mais do que o registrado no mesmo período de 2007. No ano passado, a CBFS contabilizou um êxodo de 134 atletas. O montante supera em 48% o total de transferências de 2001, ano em que a entidade começou a registrar esses dados. A maior demanda por atletas brasileiros vem da Europa. Dos 97 transferidos em 2008, 92 foram parar lá.
A Itália responde por quase metade desse contingente. Isso ajuda a explicar por que a seleção italiana só tem brasileiros naturalizados, a começar pelo goleiro Alexandre Feller, 37, ex-jogador da Ulbra. Outro que defende a Azzurra é o paulista Adriano Foglia, 27. O convite surgiu em 1999, quando jogava pelo Palmeiras. Com a proposta salarial que recebeu, e sabendo que a liga italiana de futsal era uma das mais fortes do mundo, não titubeou.
– Não me arrependo – diz o pivô. – O campeonato é pegado e foi lá que construí minha família – acrescenta o pai de Alessia, três anos.
Robson, do Paraguai, lamenta não ter jogado pelo Brasil
Deste lado do Atlântico, o paulista Robson Bernardino Fernandes, 33, é o pivô titular da seleção do Paraguai. Robson joga no Palmeiras, em São Paulo, mas desde 2003 é naturalizado paraguaio. Em comum com Adriano, Robson não esconde o desapontamento de nunca ter vestido a camisa do Brasil.
– Todo garoto tem esse sonho, mas chega uma hora em que precisamos optar – reconhece Robson, com uma ressalva: – Mas tenho orgulho e alegria em defender o Paraguai.
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